TRECHO DA CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver caridade, nada disso me aproveitará.
A caridade é paciente, é benigna, a caridade não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais acaba. Mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará. Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, o que então é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como um menino, sentia como um menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, e então veremos face a face; agora conheço em parte, e então conhecerei como sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, e a caridade. Estas três. Porém, a maior delas é a caridade.
CARTA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS DE HOJE
Se eu aprender inglês, espanhol, alemão e chinês, e dezenas de outros idiomas, mas não souber me comunicar como pessoa, de nada valem minhas palavras.
Se eu concluir um curso superior, andar de anel no dedo, freqüentar cursos e mais cursos de atualização, mas viver distante dos problemas do povo, minha cultura não passa de inútil erudição.
Se eu morar no Nordeste, mas desconhecer os problemas e sofrimentos de minha região e fugir para férias no Sul, até na América ou Europa, e nada fizer pela promoção do homem, não sou cristão.
Se eu possuísse a melhor casa de minha rua, a roupa mais avançada do momento e o sapato da moda, e não me lembrasse de que sou responsável por aqueles que moram na minha cidade e andam de pés no chão e se cobrem de molambo, sou apenas um manequim colorido.
Se eu passar os fins de semana em festas e programas, sem ver a fome, o desemprego, o analfabetismo e a doença, sem escutar o grito abafado do povo que se arrasta a margem da história, não sirvo para nada.
O cristão não foge dos desafios de sua época. Não fica de braços cruzados, de boca fechada, de cabeça vazia; não tolera a injustiça nem as desigualdades gritantes de nosso mundo; luta pela verdade e pela justiça, com as armas do amor.
O cristão não desanima nem se desespera diante das derrotas e dificuldades, porque sabe que a única coisa que vai sobrar de tudo isso, é o AMOR.
Dom Hélder Câmara,
parafraseando 1Cor 13,1-13
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