Seja bem-vindo. Hoje é

terça-feira, 21 de junho de 2011

Há nessa vida algum casamento de almas-gêmeas?

Há algo mais inebriante que a felicidade conjugal completa? Certamente não deverá haver.

Será que conheceremos nesta vida transitória algum casamento que tenha sido verdadeiramente um encontro de almas gêmeas? Acho que a reposta agora é sim.

Necessariamente nossas vidas em um planeta em franca caminhada para a regeneração não será nenhum mar de rosas por todo nosso tempo existencial e, ocasionalmente, todos passaremos obrigatoriamente por algum tipo de dor, seja física, seja moral. Não há dúvidas quaisquer com relação a esse aspecto, assim como passaremos por júbilos intensos que não estarão o tempo todo conosco.

Cremos, como Espíritas, na reencarnação e cremos que nenhum amor se constrói apenas em uma delas. Um grande amor é construído com toda certeza no decorrer de várias encarnações. Vivências e aprendizados funcionam desta maneira. Conhecimento do ser amado, também.

Cremos que não temos uma única alma gêmea, mas sim, que fazemos parte de um conjunto de almas que são muito afins, e que pensam e sentem emoções de maneiras mais ou menos parecidas. Cremos, ainda, que a cada reencarnação angariamos mais uma alma com afinidades semelhantes às nossas. Talvez seja o caso de nossos amores diferenciados, como o de nossos filhos, por exemplo. São amores de alto grau de expressão embora não sejam conjugais. E quantos filhos são também Espíritos que apresentam intensa afinidade conosco, formando ao nosso lado a família espiritual, que é a verdadeira família que um dia viremos a formar a partir de cada nova experiência terrestre.

Não há passado sombrio ou tormentoso que resista ao amor mais sublimado que se tem conhecimento como o amor que envolve a ligação pai-mãe-filho. Tríade perfeita e criada por Deus para nos auxiliar em nosso processo de evolução. Mas para nos auxiliar docemente porque é uma delícia amar a um filho. O que há de sacrifício nisso?

E quando em nossa família ainda podemos contar com o contagiante amor conjugal de uma alma que compartilha conosco encarnações e encarnações nos amparando e dizendo: na próxima virei de novo só para cuidar de você...

Seria um privilégio? Claro que é. Nesse mundo meio maluco em que o que menos importa é a atenção dispensada no dia a dia de um para o outro através dos pequenos gestos de carinho, através dos cuidados e assim vai, isso é realmente um privilégio.

Fico às vezes a imaginar como deva ser o amor conjugal perfeito em mundos mais evoluídos e entre os Espíritos que habitam esses mesmos. Tento imaginar porque quando temos a oportunidade de ter ao nosso lado um companheiro que nos dá amostras neste mundo do que poderia nos ofertar um dia num futuro mais pra frente, fico mais feliz ainda em esperar o mundo de amanhã. Aliás, acho que trabalhamos hoje as conquistas do nosso futuro.

Imagino para nós, seres ainda em busca da perfeição em todas as áreas, e principalmente na área afetiva, um amor sem fronteiras e sem limites. É muito provável que nosso raciocínio não consiga alcançar fora do plano da imaginação um amor desta natureza e desse grau de elevação porque ainda somos o foco do nosso mundo pequeno e muitas vezes bastante egoísta. Não conseguimos nos imaginar amando inúmeras outras pessoas com o mesmo tom de amor que temos para com nossos entes queridos. É provável, ainda, que não consigamos ter a maturidade suficiente para ver nesta existência esse amor meio de casulo que temos dentro desse modelo-padrão de amor marido-mulher, pai-mãe-filho, muito fechado, ser repartido com qualquer um que de nós se aproximar e sem reservas. Talvez esse futuro esteja mesmo ainda muito distante da grande maioria de nós.

Mas Jesus, de maneira muito moderna já naquela época, mais de 2000 anos, nos convidava ao amor universal, sem barreiras, livre de preconceitos, livre de tempo e espaço. Nos convidava a que fizéssemos parte desta composição linda do amor de um só Pai com seus incontáveis filhinhos. Seríamos todos almas-gêmeas uns dos outros porque chegaríamos a conclusão de que Deus nos criou para sermos uma única família neste planeta e que agíssemos como irmãos, caminhando um lado a lado com o outro, sensibilizados pela dor que o outro passa, cheios de disposição em ajudar e em seguir junto rumo a nossa ascensão espiritual grupal.

No entanto, deixar nossa individualidade em benefício do amor coletivo é difícil e exige esforços enormes, muitas vezes além de nossas possibilidades. Pra nós neste momento atual em que ainda não conseguimos exprimir com clareza nossos sentimentos e que em inúmeras vezes não somos dados a arroubos de sensibilidade em reconhecer o infortúnio do nosso próximo, parece ser suficiente ter em nosso reduto doméstico nosso cônjuge muito amado ao lado de nossos filhos.

Ter um cônjuge amado num mundo conturbado como este em que estamos vivendo é tudo de bom! É ter um porto seguro, uma rota, uma proteção a mais. É ter um seguro de vida!

É tão doce ter um amor delicado, que nos olha com um olhar tranqüilo, com um sorriso indefinível, com uma preocupação diária com nosso bem estar e, mais que isso, com um certo receio de nos perder... Que ilusão bobinha, não é? Mesmo que um dia, isso é uma hipótese tão distante, a gente venha a ser separar transitoriamente através da mudança de planos físicos, esse amor que neste atual estágio planetário tomamos parte irá ainda mais se fortalecer porque estará apoiado em tudo que foi construído durante o projeto da reencarnação atual.

Acho que devemos treinar esse desapego tão primitivo que ainda temos com nossa família terrestre que é nosso casulo verdadeiro. Creio que ainda vai um passo longo até esse aprimoramento.

Sempre aceitei o convite de Jesus que descrevi acima, mas não estou bem certa se já consigo pelo menos iniciar a sua prática. No entanto, devo afirmar que sou privilegiada por conviver neste planeta amado com um dos componentes do meu grupo de Espíritos afins tão comumente conhecido como alma-gêmea, partilhando comigo há tantos anos uma doce felicidade dentro de nossa precária noção de amor atual.

Lá na frente, naquele futuro que sabemos que tomaremos parte mesmo que com algum esforço, o esforço natural da evolução espiritual, já nos vejo mais amadurecidos no amor universal e podendo atender melhor aos pedidos de Jesus para que nos amemos todos uns aos outros como nosso Pai verdadeiro nos ama.

Wilza de Castro Rabelo Suanno

Nenhum comentário:

Postar um comentário