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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Médium: Conceito e classificação



                      CONCEITO DE MÉDIUM E MEDIUNIDADE

 
A palavra médium é uma expressão latina que significa "meio" ou "intermediário". Allan Kardec apropriou-se dessa expressão para desig¬nar as pessoas que são portadoras da faculdade mediúnica.
Kardec [LM-cap 32] conceitua:
Médium - pessoa que pode servir de intermediária entre os Espíritos e os ho¬mens.
Mediunidade - a faculdade dos médiuns, ou seja, a faculdade que possibilita a uma pessoa servir de intermediária entre os Espíritos desencarnados e os homens.
Assevera ainda Kardec [LM-it 159] que:
"todo aquele que sente em qualquer grau a influência dos Espíritos é médium."
Diante da assertiva do Codificador da Doutrina Espírita poder-se-ia indagar: Somos todos médiuns?
De forma generalizada poderíamos afirmar que sim. Todos os indivíduos possuem rudimentos da faculdade mediúnica, já que podem ser influenciados pelos Espíritos. Através do pensamento, as entidades da esfera extra-física, podem atuar sobre todos nós, de forma imperceptível. Mostram os benfeitores espirituais da Codificação que esta influência "é maior do que supomos" [LE-qst 459]
Todavia, de forma particular, na prática espírita cotidiana, é não a resposta. Orienta Allan Kardec que se deve reservar esta ex-pressão apenas para as pessoas que permitem a produção de fenômenos patentes e de certa intensidade:
"Pode-se dizer, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, po¬rém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma facul¬dade bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou nos sensi¬tiva." [LM-it 159]
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MÉDIUNS
A faculdade mediúnica não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns tem geralmente aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as es-pécies de mediunidade, embora nada impeça que um médium venha a pos-suir mais do que uma aptidão.
Diversas são as classificações propostas, mas de forma bem prá¬tica, podemos classificá-los de acordo com o tipo de mediunidade, nas seguintes categorias:
a) Médiuns de Efeitos Físicos: são aqueles aptos à produção de fenômenos que sensibilizam objetivamente os nossos sentidos, tais como: movimento de corpos inertes, ruídos, etc. Trata-se de uma cate-goria de médiuns bastante infreqüente em nossos dias, mas que teve fundamental importância na fase de implantação da Doutrina Espírita. Sub-categorias:
1. Tiptólogos: os que produzem ruídos e pancadas. Mesmo sem que o médium tome conhecimento, os Espíritos podem se utilizar de cer¬tos recursos fluídicos que eles possuem para produzir o fenô¬meno;
2. Motores: os que produzem movimentos dos corpos inertes;
3. De Translação e Suspensão: os que produzem a translação de obje¬tos através do espaço ou a sua suspensão, sem qualquer ponto de apoio. Há também os que podem elevar-se a si mesmos (levitação);
4. De Transporte: os que podem servir aos Espíritos para o trans¬porte de objetos materiais através de lugares fechados;
5. Pneumatógrafos: os médiuns que permitem a escrita direta (espécie de mediuninade onde os Espíritos, utilizando-se do ec¬toplasma do médium, escrevem sobre determinados objetos sem se utilizarem de lápis ou caneta);
6. Pneumatofônicos: os médiuns que permitem a voz direta (fenômeno mediúnico onde os Espíritos emitem sons e palavras através de uma "garganta ectoplásmica", sem a utilização do aparelho vocal do medianeiro);
7. De Materialização: são aqueles que doam recursos fluídicos (ectoplasma) para a materialização do Espírito ou de parte do Espírito, ou, ainda, de certos objetos;
8. De Bicorporeidade: são aqueles capazes de materializarem seu corpo perispirítico em local FORA do corpo físico;
9. De Transfiguração: são aqueles aptos a promoverem modificações temporárias em seu corpo físico, através da vontade e do pensa¬mento.
b) Médiuns Sensitivos: são os médiuns capazes de registrar a presença de Espíritos por uma vaga impressão. Ora esta impressão é boa ora é ruim, dependendo da natureza da entidade desencarnada. Esta va-riedade não apresenta caráter bem definido, pois todos médiuns são mais ou menos sensitivos;
c) Médiuns Intuitivos ou Inspirados: são aqueles que recebem comunicações mentais entranhas às suas idéias, vindas da esfera imate-rial. Na realidade, todos nós somos médiuns intuitivos, pois podemos assimilar inconscientemente o pensamento dos Espíritos, mas em algumas pessoas, essa capacidade é mais evidente. Os médiuns de pressentimento são uma variedade dos intuitivos, onde há uma vaga impressão de acon-tecimentos futuros;
d) Médiuns Audientes: são os médiuns que ouvem os Espíritos. Em algumas vezes é como se escutassem uma voz interna que lhes ressoasse no foro íntimo, doutras vezes, é uma voz exterior, clara, distinta;
e) Médiuns Videntes: são aqueles aptos a verem os Espíritos em estado de vigília. Kardec fazia referência à raridade desta faculdade e em nossos dias continua pouco comum;
f) Médiuns Falantes ou Psicofônicos: são aqueles que possibili¬tam aos Espíritos a comunicação oral com outras pessoas encarnadas, utilizando dos recursos vocais do médium. É a variedade de médiuns mais comum em nossos dias;
g) Médiuns Escreventes ou Psicógrafos: são os médiuns aptos a receberem a comunicação dos Espíritos através da escrita. Foi pelos médiuns escreventes que Allan Kardec montou os pilares básicos da Co-dificação Espírita;
h) Médiuns Curadores: são aqueles aptos a curarem, através do toque, por um ato de vontade e pelo passe. Em realidade, todos somos capazes de curar enfermidades pela prece e pela transfusão fluídica, mas, também aqui, esta designação deve ficar reservada para aquelas pessoas onde a capacidade de curar ou aliviar as doenças é bem evi-dente;
i) Médiuns Psicômetras: são aqueles aptos a identificarem os fluidos presentes em determinados objetos e locais (Psicometria);
j) Médiuns Sonambúlicos ou de Desdobramento: são aqueles capa-zes de emanciparem seu corpo espiritual deixando a organização física num estado de sonolência ou apatia. Segundo Kardec, estes médiuns "vivem por antecipação a vida espiritual", pois são capazes de reali-zar inúmeras tarefas no mundo dos Espíritos.
DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no seu Pequeno Di¬cionário Brasileiro da Língua Portuguesa, desenvolver significa: tirar invólucro, expor minuciosamente, progredir, alargar, instruir-se. E desenvolvimento é o ato ou efeito de desenvolver.
Desenvolvimento Mediúnico é o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicarem-se com os Espíritos.
Se nós falamos somente em desenvolvimento mediúnico e não em “criar” mediunidade ou médiuns, é, certamente porque esta faculdade não se cria numa determinada pessoa que não a possua. A mediunidade é uma faculdade tão natural no homem quanto qualquer outro dos cinco sentidos habituais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo. Ninguém inventa faculdade inata, pronta para ser utilizada, como que programada por milênios e milênios de existências anteriores, documentada na nossa memória espiritual. É preciso, con-tudo, em cada existência que se reinicia, reaprender a utilizá-lo ade-quadamente para selecionar alimentos, definir preferências ou recusar substâncias prejudiciais. Assim também é a mediunidade um atributo fí-sico do homem. Os Espíritos afirmam a Kardec [LM-it 226]:
"A faculdade mediúnica se radica no organismo".
O médium já nasce médium. Cabe-nos portanto, se possuidores da faculdade mediúnica, nos esforçarmos por exercê-la com devotamento e humildade.
Porquê desenvolver a mediunidade
De posse destes conceitos, forma-se uma nova dúvida em nossa mente: Por que desenvolver a mediunidade? Presença de mediunidade sig-nifica necessidade de trabalho na Seara Espírita? Nós sabemos que na Terra estamos rodeados por Espíritos desencarnados que a todo ins-tante, através do pensamento, nos influenciam e são influenciados por nós. Sendo os médiuns, por características próprias de seu corpo fí-sico, indivíduos mais sensíveis, captam com maior facilidade a in-fluência dos Espíritos, podendo sofrer, às vezes, conseqüências desa-gradáveis em decorrência de possuir em uma faculdade que não conhecem e não dominam.
Além disso, nós sabemos que da faculdade mediúnica podem dis-por-se bons e maus Espíritos, podendo no caso dos maus, levarem o mé-dium ao desequilíbrio.
O Espírito da Verdade afirma [LM-cap 31 it 15]:
"...Todos os médiuns são incontestavelmente chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida da sua faculdade..."
Em [Nos Domínios da Mediunidade] ouvimos as seguintes afirmativas do Espírito Albério (instrutor de André Luiz):
"Mediunidade, por si só não basta. É necessário sabermos que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer a qualidade do nosso trabalho e julgar nossa direção. É perigoso possuir sem saber usar."
Assim, é a mediunidade uma faculdade inerente à própria vida, sendo semelhante ao dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e por tantos infortúnios na Terra. En-tretanto, ninguém se lembrará de suprimir os olhos, porque milhões de pessoas, em face das circunstâncias imponderáveis da evolução, tenham se servido dos olhos para perseguir e matar nas guerras de terror e destruição. É necessário iluminá-los, orientá-los, esclarecê-los.
Etapas do Desenvolvimento Mediúnico
A mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o médium possa tornar-se um filtro leal das Esferas Superiores com vistas à ascensão da Humanidade para o Progresso.
Mas então, como proceder ao desenvolvimento mediúnico? Allan Kardec e vários benfeitores espirituais nos orientam que, no desenvol-vimento mediúnico, temos de vencer três etapas: intelectual - material - moral.
a) Etapa Intelectual: é representada pela necessidade do es-tudo. Kardec afirma:
"...O estudo preliminar da teoria é indispensável, se quisermos evi¬tar inconvenientes inseparáveis da inexperiência." [LM-it 211]
O estudo da faculdade mediúnica e o conhecimento da Doutrina Espírita são bases essenciais e indispensáveis.
b) Etapa Material: é o adestramento, uma forma de treinamento da facul¬dade mediúnica, uma familiarização com as técnicas envolvidas no pro¬cesso da mediunidade.
"Na verdade, até hoje, não existe sinal ou diagnóstico infalível para se chegar à conclusão que alguém possua essa faculdade; os si¬nais físicos nos quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada tem de infalíveis. Ela se encontra, nas crianças e nos velhos, entre ho-mens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Não há senão um meio para lhes contatar a existência que é o experimentar." [LM-cap 17 it 200]
Esta experimentação deve ser: perseverante, assídua, séria, em grupo, local adequado, sob orientação experiente, desprovida de condi-cionamentos.
O candidato a médium deve ter persistência, exercitando-se para as comunicações em dias e horários certos da semana, pré-estabeleci¬dos, de preferência em grupo. Kardec nos orienta [LM-it 207] que a reunião de pessoas com intenção semelhante forma um todo coletivo onde a força e a sensibilidade se encontram au¬mentadas por uma espécie de influência magnética que ajuda o desenvol¬vimento da faculdade.
A reunião deste grupo deve ser sob a direção de pessoas expe-rientes, conhecedoras da Doutrina Espírita e do fenômeno mediúnico.
Esta reunião deve ser também feita, de preferência em local apropriado, isto é, no Centro Espírita, onde estaremos sob o amparo e a orientação de Espíritos Bons, que são responsáveis pelos trabalhos mediúnicos da Casa. Além disto, todo Centro Espírita tem como que um isolamento magnético que nos protege espiritualmente durante os traba-lhos mediúnicos. É simples compreendermos, pois na Terra acontece o mesmo. Um acadêmico de Medicina inicia seu treinamento aos doentes num Hospital e sob a supervisão de um médico experiente para evitar desas-tres. Se for uma cirurgia será necessário um cuidado ainda maior - um centro cirúrgico.
O candidato a médium não deve desistir se, após 2, 3 ou 10 ten¬tativas de comunicação com os Espíritos não obtiver qualquer resultado ou qualquer indício de comunicação. Como vimos, existem obstáculos de¬correntes da própria organização mediúnica em desabrochamento, impedi¬mentos materiais e psíquicos que, só com o tempo e a dedicação serão contornados.
Quanto ao médium que já controla bem sua faculdade, que permite aos Espíritos se comunicarem com facilidade, que seja, em uma pala¬vra, um “médium feito”, seria um erro de sua parte, nos assevera Kardec [LM-it 216] crer-se dispensado de qualquer outra instrução. Não venceu senão uma resistência material, e é agora que começa para ele o verdadeiro desafio, as verdadeiras dificul¬dades: vencer a terceira etapa - a moral.
c) Etapa Moral: Allan Kardec define como espírita-cristão ou verdadeiro espírita, aquele que não se contenta em admirar a moral es-pírita, mas a pratica e aceita todas as suas conseqüências. Convencido de que a existência terrena é uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avançar no caminho do Progresso, esforçando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas é a regra de sua conduta.
Sob o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias, é um mandato que nos é oferecido pela Espi-ritualidade Superior a fim de ser fielmente desempenhada. Desta forma, o aspirante à mediunidade - Luz da Doutrina Espírita - deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se, desde o início de seu aprendizado, por ser um espírita-cristão. Isto significa trabalhar incessantemente por nossa reforma moral. Somente nossa evolução moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem poderão garantir-nos o assessoramento dos bons Espíritos e o exercício seguro da mediunidade, por nossa sintonia com o Bem. E esta não é uma tarefa fácil, pois o que mais temos dentro de nós são sensações e experiências negativas e deformadas trazidas do passado. Por isso para nós ainda é mais fácil e cômodo, sintonizar com as atitudes negativas do que com as positivas.
E como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferio¬res? Carregamos séculos de erros e alguns anos de boas intenções. É claro que não podemos mudar sem esforço, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que só nós saberemos identificar e sentir porque estará marcada em nosso íntimo. Trabalhemos com exercícios diários e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o Médium por Exce¬lência, sintonizava-se constantemente com Deus, no entanto, após a convivência com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em si¬lêncio e solidão.
A diferença de um bom médium e um médium desajustado, não está na mediunidade, mas no caráter de um e de outro; na formação moral está a base de todo desenvolvimento mediúnico.
Alguns cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento mediúnico:
* Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior de energia de que somos carentes, é onde compensa-mos nossa vibrações psíquicas em reajustamento.
* Culto de Assistência: rompimento com o egoísmo, interessando-nos pelo próximo, auxiliando-o sempre em todas as ocasiões, usando ao máximo nossa capacidade de servir desinteressadamente. Participação em atividades como: campanha do quilo, distribuição de alimentos, visita aos enfermos, idosos e creches, grupos de costura, evangelização, etc.
* Freqüência ao Centro Espírita: nas reuniões públicas e outras atividades oferecidas pelas Casas Espíritas. Aprenderemos a viver em grupos Humanos que nos permitirão o exercício da humildade. Evitemos as sessões mediúnicas nos lares; organização espiritual não se impro¬visa.
* Estudo Coletivo: reunidos aos companheiros para o estudo das obras espíritas, evitemos as falsas interpretações. Assimilando as ex-periências de companheiros, estaremos alongando nossa visão e nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna mais difícil numa leitura solitária.
* Reforma Íntima: revisão e reconstrução de nossos atos e hábi¬tos, permutando vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente.
Como nos diz o instrutor Albério:
"... elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores..."
Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para o exercício da mediunidade com Jesus.
Bibliografia
1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) Livro dos Médiuns - Allan Kardec
3) Obras Póstumas - Allan Kardec
4) Médium: Quem é, Quem não é? - Demétrio Pavel
5) Diversidade dos Carismas - Hermínio Miranda
6) Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier
7) Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier
8) Desenvolvimento Mediúnico - Roque Jacinto

domingo, 1 de julho de 2012

Esperanto - downloads de alguma obras espíritas

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Chico Xavier, cidadão do mundo

CHICO XAVIER, CIDADÃO DO MUNDO - por Richard Simonetti

                               

        O título de cidadania no Brasil, como sabe o prezado leitor, é a horaria concedida por uma Câmara Municipal a alguém cuja ação em determinado setor de atividade trouxe valiosos benefícios à população da cidade.
        Um campeão desses títulos honoríficos, concedidos por centenas de cidades brasileiras, foi Francisco Cândido Xavier. Foram tantos, ao longo de seu luminoso apostolado, que não houve o ensejo de recebê-los pessoalmente.
        Tal aconteceu em Bauru. Por iniciativa do vereador Silvano Navarro, a outorga aconteceu em 1975. Após sua morte há dez anos, em 30 de junho de 2002, a comenda foi entregue à União das Sociedades Espíritas de Bauru, na pessoa de seu presidente, Edgar Miguel, para encaminhamento ao memorial Chico Xavier, que está sendo construído em Pedro Leopoldo, a cidade natal do médium.
        Não raro, esse título honorífico obedece a injunções políticas e nem sempre o homenageado contribuiu legitimamente para o progresso e bem estar da cidade que o concede.
        Não é o caso de Chico Xavier, cuja obra literária e exemplos de comportamento legitimamente cristão inspiraram muitos espíritas à realização de abençoado trabalho de atendimento à população carente de Bauru (SP).
        Se o movimento espírita em nossa cidade tem o respeito e a admiração da coletividade bauruense, em face do trabalho filantrópico que realiza, deva-se isso, em grande, parte a Chico Xavier. Bauru é apenas uma das centenas de cidades que hoje ostentam portentosas organizações espíritas de assistência e promoção social, sob a inspiração dos livros psicografados por Chico Xavier.
        Em cada instituição espírita em nossa terra há um pouco dele, de sua vivência, das orientações que transmitia de grandes mentores espirituais como Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes…
        Chico enfatizava que o Espírita não pode ignorar a necessidade básica de participar de obras que visem o bem estar do indivíduo e da sociedade, lembrando a bandeira da Doutrina Espírita, desfraldada por Allan Kardec: Fora da caridade não há salvação.
        Sempre que alguém lhe falava do início das atividades de um Centro Espírita, longo indagava:
        – E o trabalho pelos carentes, já começou?
        Reportando-se à responsabilidade do conhecimento doutrinário, alertava os confrades:
        – Jamais vi, em meus contatos com o Mundo Espiritual, um espírita que me dissesse estar contente com sua situação. Todos lamentam, e muito, não terem feito o que podiam, enquanto encarnados.
        Fico imaginando se todas as instituições religiosas, igrejas e templos, tivessem essa mesma bandeira, convocando seus adeptos a saírem á campo, a buscarem a periferia das cidades, empenhados em ajudar o próximo. Acabaríamos com a miséria, o infortúnio, a violência, o sofrimento das famílias carentes…
        Muito mais do que cidadão honorário de centenas de cidades, Chico Xavier foi um cidadão do Mundo, ombreando com os mais sinceros e devotados aprendizes do Evangelho, conscientes de que a recomendação maior de Jesus é que nos amemos uns aos outros, fazendo pelo próximo todo o bem que desejaríamos nos fosse feito.
        Estou certo de que essa comenda lhe foi entregue pessoalmente pelo Cristo.

Reflexâo sobre o Livre-Arbítrio





A questão do livre-arbítrio pode resumir-se assim: o homem não é fatalmente conduzido ao mal; os atos que pratica não “estavam escritos”; os crimes que comete não são o resultado de um decreto do destino. Ele pode, como prova e expiação, escolher uma existência em que se sentirá arrastado para o crime, seja pelo meio em que estiver situado, seja pelas circunstâncias supervenientes. Mas será sempre livre de agir como quiser.

Sem o livre-arbítrio, o homem não tem culpa do mal, nem mérito no bem; e isso é de tal modo reconhecido que no mundo se proporciona sempre a censura ou o elogio à intenção, o que quer dizer à vontade; ora, quem diz vontade diz liberdade.
Assim, o livre-arbítrio existe, no estado de Espírito, com a escolha da existência e das provas; e, no estado corpóreo, com a faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que voluntariamente estamos submetidos.
Cabe à educação combater as más tendências, e ela o fará de maneira eficiente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modificam a inteligência pela instrução e as condições físicas pela higiene.
O Espírito desligado da matéria, no estado errante, faz a escolha de suas futuras existências corpóreas segundo o grau de perfeição que tenha atingido. É nisso, como já dissemos, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio.
Essa liberdade não é anulada pela encarnação. Se ele cede à influência da matéria, é então que sucumbe nas provas por ele mesmo escolhidas. E é para o ajudar a superá-las que pode invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos.
As faltas que cometemos têm, portanto, sua origem primeira nas imperfeições do nosso próprio Espírito, que ainda não atingiu a superioridade moral a que se destina, mas nem por isso tem menos livre-arbítrio.
A doutrina espírita é evidentemente mais moral: ela admite para o homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude; e, ao lhe dizer que, se pratica o mal, cede a uma sugestão má que lhe vem de fora, deixa-lhe toda a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, coisa evidentemente mais fácil do que se tivesse de lutar contra a sua própria natureza.
Assim, segundo a doutrina espírita, não existem arrastamentos irresistíveis: o homem pode sempre fechar os ouvidos à voz oculta que o solicita para o mal no seu foro íntimo, como os pode fechar à voz material de alguém que lhe fale; ele o pode pela sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando para esse fim a assistência dos bons Espíritos. É isso que Jesus ensina na sublime fórmula da Oração dominical, quando nos manda dizer: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.
Todos os Espíritos mais ou menos bons, quando encarnados, constituem a espécie humana. E como a Terra é um dos mundos menos adiantados, nela se encontram mais Espíritos maus do que bons; eis porque nela vemos tanta perversidade. Façamos, pois, todos os esforços para não regressar a este mundo após esta passagem e para merecermos repousar num mundo melhor, num desses mundos privilegiados onde o bem reina inteiramente e onde nos lembraremos de nossa permanência neste planeta como de um tempo de exílio.

Fonte:
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Livro 3 – As Leis Morais
Cap. 10 – Lei de Liberdade
Item VIII – Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas

O texto acima é um resumo. Para ler na íntegra: CLIQUE AQUI.

Adoção - A ilusão do sangue




Não é o sangue que nos irmana, mas o espírito. Os laços consanguíneos são ilusórios e efêmeros. Kardec explica no item 8 do capítulo XIV de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “O corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do espírito, pois já existia antes da formação do corpo. O pai não gera o espírito do filho. Fornece-lhe apenas o envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-lo progredir”. Filhos de outros pais, procedentes de outro sangue, podem ser muito mais ligados aos pais adotivos que os filhos consanguíneos.

Essa é uma das razões por que os pais adotivos geralmente não querem revelar a verdade aos filhos que adotaram. O amor paterno e materno ressurge ante o filho que volta ao seu convívio. Mas Emmanuel revela um dos aspectos da lei da reencarnação que exige atenção e respeito. Os filhos que voltam ao lar por vias indiretas são espíritos em prova e, portanto, em fase de correção moral. Precisam conhecer a sua verdadeira situação para que a medida corretiva atinja a sua eficiência. E se quisermos burlar a lei só poderemos acarretar-lhes maiores sofrimentos.

São muitos os dramas e muitas as tragédias ocasionadas pela imprudência dos pais que mentiram piedosamente aos filhos adotivos. Quando a verdade os surpreende, o choque emocional pode transtorná-los, fazendo-os perder a oportunidade de aprendizado que muitas vezes solicitaram com ardor na vida espiritual. Esta é uma razão nova que o Espiritismo apresenta aos pais adotivos, quase sempre apegados apenas às razões mundanas.

Aprendendo desde cedo a se acomodar à situação de prova em que se encontra, o filho adotivo resigna-se a ela e aproveita a lição de reajustamento afetivo. Amanhã voltará de novo como filho legítimo, mas já em condições de compreender os deveres da filiação.

A vida aplica sempre com precisão os seus meios corretivos, mas nós nem sempre a ajudamos, esquecidos de que os desígnios de Deus têm razões profundas que nos escapam à compreensão. Se Deus nos envia um filho por via indireta, devemos recebê-lo como veio e não como desejaríamos que viesse.

Irmão Saulo - Do livro "Astronautas do Além", de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires / Espíritos diversos

IBGE - Censo das Religiões

Os evangélicos aumentaram 61% em 10 anos

Os católicos diminuíram 1,3% entre 2000 e 2010

Mas o país segue de maioria católica, com 123,2 milhões de pessoas.

O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado nesta sexta-feira (29/06/2012) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.

Mesmo com o crescimento de evangélicos, o país ainda segue com maioria católica.   Segundo o IBGE, o número de católicos foi de 123,3 milhões em 2010, cerca de 64,6% da população. No levantamento feito em 2000, eles eram 124,9 milhões, ou 73,6% dos brasileiros. A queda na quantidade de católicos foi de 1,3%. Além de que a população brasileira aumentou no período.



Número de brasileiros em cada religião/Censo 2010
ReligiãoPopulação
Católica apostólica romana123.280.172
Evangélicas  42.275.440
Espírita    3.848.876
Umbanda, candomblé e religiões afrobrasileiras       588.797
Outras religiões    5.185.065
Sem religião   15.335.510

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)


A queda do percentual de católicos é histórica, de acordo com o instituto. Até 1970, em quase 100 anos, a queda foi de 7,9 pontos percentuais: o número de católicos em 1872 (ano do primeiro Censo) representava 99,7% da população e passou a 91,8% em 1970.


O Nordeste ainda mantém o maior percentual de católicos, com 72,2% em 2010. Apesar de ser a região do país com maior concentração do grupo religioso, a população nordestina católica sofreu queda. Em 2000, o percentual era de 79,9%. No Sul, o IBGE também identificou redução do percentual de católicos, saindo de 77,4% para 70,1% nos censos de 2000 e de 2010, respectivamente.


A maior redução foi registrada pelo instituto no Norte, passando de 71,3% da população em 2000 para 60,6% em 2010.


Brasileiros, por sexo, em cada religião/Censo 2010
ReligiãoHomensMulheres
Católica apostólica romana61.180.31629.187.444
Evangélicas18.782.8318.302.596
Espírita1.581.7011.075.651
Umbanda, candomblé e religiões afrobrasileiras269.488125.395
Outras religiões2.364.6961.122.524
Sem religião9.082.5073.564.001
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)


O IBGE registrou que, ao mesmo tempo em que o número de católicos caiu no Norte e no Nordeste, o número de evangélicos cresceu com maior volume nas duas regiões. A representatividade no Norte saiu de 19,8% (2000) para 28,5% (2010). No Nordeste, o aumento de evangélicos foi menor, saindo de 10,3% para 16,4%, se comparados os Censos de 2000 e de 2010, respectivamente.


No estado do Rio de Janeiro, o percentual de católicos é 45,8% da população em 2010, o menor do país, segundo o IBGE. No estado também foi registrada a maior concentração de espíritas com 4%; seguido de São Paulo, com 3,3%; Minas Gerais, com 2,1%; e Espírito Santo, com 1%.


No Piauí, o percentual de católicos foi o maior, com 85,1% da população do estado. A proporção de evangélicos foi maior em Rondônia, com 33,8%. A menor foi registrada no Piauí, com 9,7%.


O IBGE registrou que 15 milhões de pessoas se declararam sem religião no Censo de 2010, o que representa 8% dos brasileiros. Em 2000 eram 12,5 milhões, o equivalente a 7,3% da população.


O Censo 2010 também apontou que 31,5% dos espíritas têm nível superior completo, apenas 1,8% das pessoas não têm instrução e 15% têm ensino fundamental incompleto. Outros 1,4% dos espíritas não são alfabetizados.


Os católicos têm 6,8% das pessoas sem instrução e 39,8% com ensino fundamental incompleto. No grupo dos que se declaram sem religião o percentual de pessoas sem instrução é de 6,7% e outros 39,2% têm ensino fundamental incompleto. Entre os evangélicos o percentual chega a 6,2% (sem instrução) e a 42,3% (com ensino fundamental incompleto).

10 anos sem Chico Xavier

"O maior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo, Francisco Cândido Xavier em todas as épocas nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Viveu, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado, desencarnando no dia 30 de junho de 2002, dia em que o Brasil sagrou-se pentacampeão mundial de futebol. Seu desenlace ocorreu pacificamente, no próprio lar, onde foi encontrado sereno, ainda em atitude de prece a Deus. Conforme revelara a amigos mais íntimos, tinha o desejo de partir num dia em que o "povo brasileiro estivesse muito feliz".
Chico Xavier com 17 anos

"Completou o curso primário, apenas. 

Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil; foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958.
Em 8 de julho de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das quais saíram a público, estampadas, à revelia do médium, em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier. Nesse mesmo ano, vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual até hoje.

"Na noite de domingo de 30 de junho ...
O menino Chico

Desde os 4 anos de idade o menino Chico teve a sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro... Aquele seu filho era estranho!...

De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara D. Maria João de Deus, a querida mãezinha, que o deixaria órfão aos 5 anos. Dentro de grandes conflitos e extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra obscena, de um gesto de desobediência. As "sombras" amigas, porém, não o deixavam...

Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais. O certo é que os seus primeiros anos o marcaram profundamente; ele nunca os esqueceu... A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi, em sua vida, conforme ele mesmo o diz, uma bênção indefinível.

Sim, a doença também viera precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem; depois os olhos; depois a angina.

Início de seu mediunato 

Chico Xavier iniciou, publicamente, seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo. Contando 17 anos de idade, recebeu as primeiras páginas mediúnicas. Em noite memorável, os Espíritos deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade. Dezessete folhas de papel foram preenchidas, celeremente, versando sobre os deveres do espírita-cristão.

Depoimento de Chico Xavier: 

(...) "Era uma noite quase gelada e os companheiros que se acomodavam junto à mesa me seguiram os movimentos do braço, curiosos e comovidos. A sala não era grande, mas, no começo da primeira transmissão de um comunicado do mais Além, por meu intermédio, senti-me fora de meu próprio corpo físico, embora junto dele. No entanto, ao passo que o mensageiro escrevia as dezessete páginas que nos dedicou, minha visão habitual experimentou significativa alteração. As paredes que nos limitavam o espaço desapareceram.

O telhado como que se desfez e, fixando o olhar no alto, podia ver estrelas que tremeluziam no escuro da noite. Entretanto, relanceando o olhar no ambiente, notei que toda uma assembléia de entidades amigas me fitavam com simpatia e bondade, em cuja expressão adivinhava, por telepatia espontânea, que me encorajavam em silêncio para o trabalho a ser realizado, sobretudo, animando-me para que nada receasse quanto ao caminho a percorrer."

Imagem do velório do médium
Emmanuel e duas orientações para o resto de sua vida

O Espírito Emmanuel, nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado. Eis a primeira. - "Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com Jesus?"

Sim, se os bons espíritos não me abandonarem... -respondeu o médium. - Não será você desamparado - disse-lhe Emmanuel - mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem. - E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? - tornou o Chico. - Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço...

Porque o protetor se calasse, o rapaz perguntou: - Qual é o primeiro? A resposta veio firme: - Disciplina. - E o segundo? - Disciplina. - E o terceiro? - Disciplina."

A segunda mais importante orientação de Emmanuel para o médium é assim relembrada: - "Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo."

Produção literária 

Em 1932 publica a FEB seu primeiro livro, o famoso "Parnaso de Além-Túmulo"; hoje com 416... livros psicografados. Várias delas estão traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc. De moral ilibada, realmente humilde e simples, Chico Xavier jamais auferiu vantagens, de qualquer espécie, da mediunidade.

Sua vida privada e pública tem sido objeto de toda especulação possível, na informação falada, escrita e televisionada. Apodos e críticas ferinas, têm-no colhido de miúdo, sabendo suportá-los com verdadeiro espírito cristão. Viajou com o médium Waldo Vieira aos Estados Unidos e à Europa, onde visitaram a Inglaterra, a França, a Itália, a Espanha e Portugal, sempre a serviço da Doutrina Espírita.

Chico Xavier é hoje uma figura de projeção nacional e internacional, suas entrevistas despertam a atenção de milhares de pessoas, mesmo alheias ao Espiritismo; tem aparecido em programas de TV, respondendo a perguntas as mais diversas, orientando as respostas pelos postulados espíritas. Já recebeu o título de Cidadão Honorário de várias cidades: São José do Rio Preto, São Bernardo do Campo, Franca, Campinas, Santos, Catanduva, em São Paulo; Uberlândia, Araguari e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Campos, no Estado do Rio de Janeiro, etc., etc.

Dos livros que psicografou já se venderam mais de 12 milhões de exemplares, só dos editados pela FEB, em número de 88. "Parnaso de Além-Túmulo", a primeira obra publicada em 1932, provocou (e comprovou) a questão da identificação das produções mediúnicas, pelo pronunciamento espontâneo dos críticos, tais como Humberto de Campos, ainda vivo na época, Agripino Grieco, severo crítico literário, de renome nacional, Zeferino Brasil, poeta gaúcho, Edmundo Lys, cronista, Garcia Júnior, etc.
Imagens do Seriado Chico Chavier
Prefaciando "Parnaso de Além-Túmulo", escreveu Manuel Quintão: "Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo, Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver 'Primaveras'; é recitar Castro Alves e sentir 'Espumas Flutuantes'; é declamar Junqueiro e lembrar a 'Morte de D. João'; é frasear Augusto dos Anjos e evocar 'Eu'."

Romances históricos formam a série Romana, de Emmanuel, composta de: "Há 2000 Anos...", "50 Anos Depois", "Ave, Cristo!", "Paulo e Estevão", provocando a elaboração do "Vocabulário Histórico-Geográfico dos Romances de Emmanuel", de Roberto Macedo, estudo elucidativo dos eventos históricos citados nas obras. "Há 2000 Anos..." é o relato da encarnação de Emmanuel à época de Jesus. De Humberto de Campos (Espírito), aparece, em 1938, o profético e discutido "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", uma história de nossa pátria e dos fatos e ela ligados, em dimensão espiritual.

A série André Luiz é reveladora, doutrinária e científica; com obras notáveis e a maioria completa, no tocante à vida depois da desencarnação, obras anteriores, de Swedenborg, A. Jackson Davis, Cahagnet, G. Vale Owen e outros. Pertencem a essa série: "Nosso Lar", "Os Mensageiros", "Missionários da Luz", "Obreiros da Vida Eterna", "No Mundo Maior", "Agenda Cristã", "Libertação", "Entre a Terra e o Céu", "Nos Domínios da Mediunidade", "Ação e Reação", "Evolução em dois Mundos", "Mecanismos da Mediunidade", "Conduta Espírita", "Sexo e Destino", "Desobsessão", "E a Vida Continua...".

A extraordinária capacidade mediúnica de Chico Xavier está comprovada pela grande quantidade de autores espirituais, da mais elevada categoria, que por seu intermédio se manifestam. Vários de seus livros foram adaptados para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas. O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o psicográfico. Não é, todavia, o único. Tem ele, e as exercita constantemente, outras mediunidades, tais como: psicofonia, vidência, audiência, receitista, e outras.

Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a, o médium, aos sofredores e necessitados, provindos de longínquos lugares e também aos afazeres medianeiros, pelos quais não aceita, em absoluto, qualquer espécie de paga. Os direitos autorais ele os tem cedido graciosamente a várias Editoras e Casas Espíritas, desde o primeiro livro. Sua vida e sua obra têm sido objeto de numerosas entrevistas radiofônicas e televisadas e de comentários em jornais e revistas, espíritas ou não e em livros.

Na tarefa mediúnica "Pergunta - Em seu primeiro encontro com Emmanuel, ele enfatizou muito a disciplina. Teria falado algo mais? Resposta - Depois de haver salientado a disciplina como elemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele me disse: 'Temos algo a realizar.' Repliquei de minha parte qual seria esse algo e o benfeitor esclareceu: 'Trinta livros pra começar!' Considerei, então: como avaliar esta informação se somos uma família sem maiores recursos,

Além do nosso próprio trabalho diário e a publicação de um livro demanda tanto dinheiro!... Já que meu pai lidava com bilhetes de loteria, eu acrescentei: será que meu pai vai tirar a sorte grande? Emmanuel respondeu: 'Nada, nada disso. A maior sorte grande é a do trabalho com a fé viva na Providência de Deus. Os livros chegarão através de caminhos inesperados!'

Algum tempo depois, enviando as poesias de "Parnaso de Além- Túmulo" para um dos diretores da Federação Espírita Brasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito e publicado, em 1932. A este livro seguiram-se outros e, em 1947, atingimos a marca dos 30 livros. Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual se a tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo: 'Agora, começaremos uma nova série de trinta volumes!' Em 1958, indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara. Os 60 livros estavam publicados e eu me encontrava quase de mudança para a cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 de janeiro de 1959.

O grande benfeitor explicou-me, com paciência: "Você perguntou, em Pedro Leopoldo, se a nossa tarefa estava completa e quero informar a você que os mentores da Vida Maior, perante os quais devo também estar disciplinado, me advertiram que nos cabe chegar ao limite de cem livros." Fiquei muito admirado e as tarefas prosseguiram.

Quando alcançamos o número de 100 volumes publicados, voltei a consultá-lo sobre o termo de nossos compromissos. Ele esclareceu, com bondade: "Você não deve pensar em agir e trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na obrigação de dizer a você que os mentores da Vida Superior, que nos orientam, expediram certa instrução que determina seja a sua atual reencarnação desapropriada, em benefício da divulgação dos princípios espíritas-cristãos, permanecendo a sua existência, do ponto de vista físico, à disposição das entidades espirituais que possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto o seu corpo se mostre apto para as nossas atividades."

Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual? Emmanuel acentuou: "Sim, não temos outra alternativa!" Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou: "A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra.

Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!" Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de "Desígnios de Cima."

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 205, abril/junho de 1988.) Palavras de Chico Xavier ao contemplar 40 anos de mediunidade "Estes quarenta anos de mediunidade passaram para o meu coração como se fossem um sonho bom. Foram quarenta anos de muita alegria, em cujos caminhos, feitos de minutos e de horas e de dias, só encontrei benefícios, felicidade, esperanças, otimismo, encorajamento da parte de todos aqueles que o Senhor me concedeu, dos familiares, irmãos, amigos e companheiros.

Quarenta anos de felicidade que agradeço a Deus em vossos corações, porque sinto que Deus me os concedeu nos vossos corações, que representam outros muitos corações que estão ausentes de nós. Agora, sinto que Deus me concedeu por vosso intermédio uma vida tocada de alegrias e bênçãos, como eu não poderia receber em nenhum outro setor de trabalho na Humanidade. Beijo-vos, assim, as mãos, os corações. Quanto ao livro, devo dizer que, certa feita, há muitos anos, procurando o contato com o Espírito de nosso benfeitor Emmanuel, ao pé de uma velha represa, na terra que me deu berço na presente encarnação, muitas vezes chegava ao sítio, pela manhã, antes do amanhecer.

E quando o dia vinha de novo, fosse com sol, fosse com chuva, lá estava, não muito longe de mim, um pequeno charco. Esse charco, pouco a pouco se encheu de flores, pela misericórdia de Deus, naturalmente. E muitas almas boas, corações queridos, que passavam pelo mesmo caminho em que nós orávamos, colhiam essas flores e as levavam consigo com transporte de alegria e encantamento. Enquanto que o charco era sempre o mesmo charco. Naturalmente, esperando também pela misericórdia de Deus, para se transformar em terra proveitosa e mais útil.

Creio que nesses momentos, em que ouço as palavras desses corações maravilhosos, que usaram o verbo para comentar o aparecimento desses cem livros, agora cento e dois livros, lembro este quadro que nunca me saiu da memória, para declarar-vos que me sinto na condição do charco que, pela misericórdia de Deus, um dia recebeu essas flores que são os livros e que pertencem muito mais a vós outros do que a mim.

Rogo, assim, a todos os companheiros, que me ajudem através da oração, para que a luta natural da vida possa drenar a terra pantanosa que ainda sou, na intimidade do meu coração, para que eu possa um dia servir a Deus, de conformidade com os deveres que a Sua infinita misericórdia me traçou. E peço, então, permissão, em sinal de agradecimento, já que não tenho palavras para exprimir a minha gratidão. Peço-vos, a todos, licença para encerrar a minha palavra despretensiosa, com a oração que Nosso Senhor Jesus Cristo nos legou".

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 137, abril/maio/junho de 1970.) Considerações finais Em 1997, Chico Xavier completou 70 anos de incessante atividade mediúnica, da maior significação espiritual, em prol da Humanidade, abrangendo seus mais diversos segmentos.

Francisco Cândido Xavier psicografou mais de 400 (quatrocentas) obras mediúnicas, de centenas de autores espirituais, abarcando os mais diversos e diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil, etc. Fiel ao princípio Crístico do "dai de graça o que de graça recebestes", jamais usufruiu dos direitos autorais provenientes de seu extraordinário dom mediúnico, sempre, ao contrário, repassando-os, em cartório, à editoras de divulgação espírita e inúmeras obras assistenciais.

Chico Xavier partiu, mas o testemunho de sua existência permanecerá como diretriz segura para todos os que esposam os ideais espíritas e cristãos, sobretudo aos que, voluntariamente, se vêem comprometidos com a difícil tarefa do intercâmbio mediúnico. Sua constrangedora humildade e seu desapego, dificilmente compreendidos até para muitos confrades, foi a mais notável e marcante exteriorização da grandiosidade de seu espírito.

A verdade é que, depois de Allan Kardec, Chico Xavier sempre representou a árvore da revelação espírita, que foi transportada da França para o Brasil. Sua obra mediúnica sintetiza inestimável legado para as gerações futuras. Como dignos missionários do mundo espiritual, Chico e Kardec se identificam em muitos pontos, sobretudo, na incomum capacidade de produção literária. Ambos deixaram uma vastíssima obra de inusitado conteúdo moral-cultural. É notável ainda a absoluta fidelidade aos compromissos espirituais assumidos bem como ao perfeito equilíbrio do tríplice aspecto doutrinário do espiritismo.

Outra particularidade entre os dois foi a de jamais se rebaixarem ao nível de seus opositores e inimigos gratuitos, mantendo-se sempre muito acima em dignidade e fraternidade. Fortalecidos na mais pura moral cristã deram seu testemunho de serviço incondicional à humanidade, acreditando verdadeiramente na força delicada e transformadora do bem que os motivava. A grandeza de Chico, assim como a de Kardec, podem ser avaliadas claramente no testemunho explícito de suas vidas e suas obras, porque de boas árvores somente colhe-se bons frutos.

Ambos representam uma extraordinária referência para o redirecionamento espiritual do homem atormentado dos dias atuais. Personificam nítida concessão da misericórdia divina para o aclaramento das cogitações de nossas mentes e corações. No triste palco do mundo, nesses últimos tempos, as vozes de Chico e Kardec foram as que ecoaram de forma mais despojada e cristalina o brado revitalizador do cristianismo, "em espírito e verdade", tal como vislumbrara o divino Mestre.

Prezado Irmãos Aos 5 anos, este menino teve a sua primeira visão. Atrás de uma bananeira, viu e ouviu a voz de sua querida mãezinha (Dona Maria de São João de Deus e disse: - "Mamãe, fique comigo... Carregue-me com a Senhora... "Assim começou a mediunidade do menino FRANCISCO.

'Era 08 de julho o de 1927 o jovem Francisco recebia a sua primeira psicografia e em 1932, foi publicado o seu primeiro livro "Parnaso de Além-Túmulo, assustando assim a todos, pois com apenas o quarto ano primário recebe mensagens de grandes vultos de nossa Literatura Brasileira. Hoje, com 416 livros já publicados estamos com saudade de CHICO XAVIER. sabendo que ele continua sua tarefa ao fado de Jesus.

'Nós do Grupo Espírita da Prece de "Chico Xavier" que acompanhamos por muitos anos o tarefeiro do amor em seus trabalhos, não poderíamos deixar de homenageá-lo. Pedimos a todos companheiros de ideais e amigos do nosso querido CHICO, que nesta data tão significativa, façamos uma grande corrente ecumênica, pedindo a NOSSA Mãe Santíssima e ao nosso irmão maior JESUS, que continue lhe dando as forças que ele deixou e continua dando a todos com seus exemplos Cristãos, continuando a sua sublime missão: Deixar a todos nós a sua palavra de coragem, confiança, fé deste Aposto do nosso Divino Amado JESUS.

Apesar dos problemas e o mais importante pela missão diante da humanidade que Chico Xavier veio pra desempenhar ele teve 5 moratórias e isso significa o quanto ele era e é importante para toda a humanidade um verdadeiro emissário de Jesus.