A última encarnação de Ramatis
SWAMI SRI RAMATIS
Na Indochina do século X, o amor por um tapeceiro hindu, arrebata o
coração de uma vestal chinesa, que foge do templo para desposa-lo. Do
entrelaçamento dessas duas almas apaixonadas nasce uma criança. Um
menino, cabelos negros como ébano, pele na cor do cobre claro, olhos
aveludados no tom do castanho escuro, iluminados de ternura.
O espírito que ali reencarnava, trazia gravada na memória
espiritual a missão de estimular as almas desejosas de conhecer a
verdade. Aquela criança cresce demonstrando inteligência fulgurante,
fruto de experiências adquiridas em encarnações anteriores.
Ramatís
viveu na Indochina, no século X, e foi instrutor em um dos inumeráveis
santuários iniciáticos da Índia. Era de inteligência fulgurante e
desencarnou bastante moço. Espírito muito experimentado nas lides
reencarnacionistas, já se havia distinguido no século IV, tendo
participado do ciclo ariano, nos acontecimentos que inspiraram o
famoso poema hindu ‘Ramaiana''.
Foi adepto da tradição
de Rama, naquela época, cultuando os ensinamentos do ‘Reino de Osíris', o
senhor da Luz, da inteligência e das coisas divinas. Mais tarde, no
Espaço, filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores
espirituais, cuja insígnia, em linguagem ocidental, era conhecida sob
a pitoresca denominação de ‘Templários das Cadeias do Amor'. Trata-se
de um agrupamento quase desconhecido nas colônias invisíveis do Além,
junto à região do Ocidente, onde se dedica a trabalhos profundamente
ligados à psicologia oriental. Os que lêem as mensagens de Ramatís e
estão familiarizados com o simbolismo do Oriente, bem sabem o que
representa o nome ‘RAMATYS', ou ‘SWAMI SRI RAMATYS', como era conhecido
nos santuários da época. É quase uma ‘chave', uma designação de
hierarquia ou dinastia espiritual, que explica o emprego de certas
expressões que transcendem às próprias formas objetivas.
Fomos informados de que
após significativa assembléia de altas entidades, realizada no Espaço,
no século findo (séc. 19), na região do Oriente, procedeu-se a fusão
entre duas importantes ‘Fraternidades’, que dali operam em favor dos
habitantes da Terra.
Trata-se da
‘Fraternidade da Cruz’, com certa ação no Ocidente, que divulga os
ensinamentos de Jesus, e da ‘Fraternidade do Triângulo’, ligada à
tradição iniciática e espiritual do Oriente.
Após a memorável fusão
dessas duas Fraternidades Brancas, consolidaram-se melhor as
características psicológicas e o objetivo de seus trabalhadores
espirituais, alterando-se a denominação para ‘Fraternidade da Cruz e do
Triângulo’. Seus membros, no Espaço, usam vestes brancas, com cintos e
emblemas de cor azul-clara esverdeada. Sobre o peito, trazem suspensa
delicada corrente como que confeccionada em fina ourivesaria, na qual se
ostenta um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma cruz
lirial. É o símbolo que exalta, na figura da cruz alabastrina, a obra
sacrificial de Jesus e, na efígie do triângulo, a mística oriental.
Alguns videntes têm confundido Ramatís com seu fiel discípulo do passado, que o acompanha no Espaço, também hindu-chinês, conhecido por Fuh Planuh,
e que aparece com o dorso nu, singelo turbante branco em torno da
cabeça e, comumente, com os braços cruzados sobre o peito. “É também um
espírito jovem na figura humana, embora conserve reduzida barba de cor
escura, que lhe dá um ar mais sisudo." Asseguram-nos alguns mentores que
todos os discípulos dessa Fraternidade (da Cruz e do Triangulo) que se
encontram reencarnados na Terra são profundamente devotados às duas
correntes espiritualistas: a oriental e a ocidental. Cultuam tanto os
ensinamentos de Jesus, que foi elo definitivo entre todos os instrutores
terráqueos, tanto quanto os labores de Antúlio, de Hermes, de Buda,
assim como os esforços de Confúcio e de Lao-Tsé. É esse um dos motivos
pelos quais a maioria dos simpatizantes de Ramatís, na Terra, embora
profundamente devotados à filosofia cristã, afeiçoam-se, também, com
profundo respeito, à corrente espiritual do Oriente. Soubemos que da
fusão das duas “Fraternidades” realizada no Espaço, surgiram
extraordinários benefícios para a Terra. Alguns mentores espirituais
passaram, então, a atuar no Ocidente, incumbindo-se mesmo da orientação
de certos trabalhos espíritas, no campo mediúnico, enquanto que outros
instrutores ocidentais passaram a atuar na Índia, no Egito, na China e
em vários agrupamentos que até então eram exclusivamente supervisionados
pela antiga Fraternidade do Triangulo.
Os espíritos orientais
nos ajudam agora em nossos labores, ao mesmo tempo em que os da nossa
região interpenetram os agrupa-mentos doutrinários do Oriente, do que
resulta ampliar-se o sentimento de fraternidade entre Oriente e
Ocidente, bem como aumentar-se a oportunidade de reencarnações entre
espíritos amigos. Assim, processa-se um salutar intercâmbio de idéias e
perfeita identificação de sentimentos no mesmo labor espiritual, embora
se diferenciem os conteúdos psicológicos de cada hemisfério. Os
orientais são lunares, meditativos, passivos e desinteressados
geralmente da fenomenologia exterior: os ocidentais são dinâmicos,
solarianos, objetivos e estudiosos dos aspectos transitórios da forma e
do mundo dos espíritos.
Os antigos fraternistas
do “Triângulo” são exímios opera-dores com as “correntes terapêuticas
azuis”, que podem ser aplicadas como energia balsamizante aos
sofrimentos psíquicos, cruciais, das vítimas de longas obsessões. As
emanações do azul claro, com nuanças para o esmeralda, além do efeito
balsamizante, dissociam certo estigmas “pré-reencarnatórios” e que se
reproduzem periodicamente nos veículos etéricos. Ao mesmo tempo, os
fraternistas da “Cruz”, conforme nos informa Ramatís, preferem operar
com as correntes alaranjadas, vivas e claras, por vezes mescladas do
carmim puro, visto que as consideram mais positivas na ação de aliviar o
sofrimento psíquico. É de notar, entretanto que enquanto os técnicos
ocidentais procuram eliminar de vez a dor, os técnicos orientais, mais
afeitos a crença do fatalismo cármico, da psicologia asiática, preferem
exercer sobre os enfermos uma ação balsamizante aproveitando o
sofrimento para mais breve “queima” do carma. Eles sabem que a
eliminação rápida da dor pode extinguir os efeitos, mas as causas
continuam gerando novos padecimentos futuros. Preferem, então, regular o
processo do sofrimento depurador, em lugar de sustá-lo provisoriamente.
No primeiro caso, esgota-se o carma, embora demoradamente, no segundo, a
cura é o hiato, uma prorrogação cármica.
Ramatís nos informa que,
após certa disciplina iniciática a que se submetera na Indochina,
fundou um pequeno templo iniciático na índia, á margem da estrada
principal que se perdia no território chinês. Nesse templo, procurou ele
aplicar aos seus discípulos os conhecimentos adquiridos em inúmeras
vidas anteriores. Na Atlântida foi contemporâneo, em uma existência, do
espírito que mais tarde seria conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec
(o codificador do espiritismo) que era profundamente dedicado à
matemática e as chamadas ciências positivas. Posteriormente, em sua
passagem pelo Egito, teve novo encontro com Kardec, que era então o
sacerdote Amenófis, ao tempo do faraó Mernephtah, filho de Ramsés.
O templo que Ramatís
fundou, foi erguido pelas mãos de seus primeiros discípulos e
admiradores. Cada pedra de alvenaria recebeu um toque magnético e
pessoal de seus futuros iniciados. Alguns deles estão reencarnados
atualmente em nosso mundo, e já reconheceram o antigo mestre Ramatís
desse toque misterioso, que não pode ser explicado a contento na
linguagem humana. O sentem por vezes, e de tal modo, que as lágrimas
lhes afloram aos olhos, num longo suspiro de saudade.
Embora tenha
desencarnado ainda moço, Ramatís pôde aliciar setenta e dois discípulos
que, no entanto, após o desaparecimento do mestre, não puderam manter-se
à altura do mesmo padrão iniciático original. Eram adeptos provindos de
diversa correntes religiosas e espiritualistas do Egito, da Índia, da
Grécia, da China e até da Arábia. Apenas dezessete conseguiram envergar a
simbólica “túnica Azul” e alcançar o último grau daquele ciclo
iniciático. Os demais, seja por ingresso tardio, seja por menor
capacidade de compreensão espiritual, não alcançaram a plenitude do
conhecimento das disciplinas lecionadas pelo mestre. A não ser vinte e
seis adeptos que estão no espaço (desencarnados) cooperando nos labores
da ”Cruz e do Triangulo”, o restante disseminou-se pelo nosso orbe, em
várias latitudes geográficas. Sabemos que dezoito reencarnaram no
Brasil; seis nas três Américas (do Sul, Central e do Norte) enquanto que
os demais se espalharam pela Europa e, principalmente, pela Ásia. Em
virtude de estar a Europa atingindo o final de sua missão civilizadora,
alguns dos discípulos lá reencarnados emigrarão para o Brasil, em cujo
território – afirma Ramatís – encarnarão os predecessores da generosa
humanidade do terceiros milênio.
No templo que Ramatís
fundou na Índia, esses discípulos desenvolveram seus conhecimentos sobre
magnetismo, astrologia, clarividência, psicometria, radiestesia e
assuntos quirológicos aliados à fisiologia do “duplo etérico”. Os mais
capacitados lograram êxito e poderes na esfera da fenomenologia
mediúnica, dominando os fenômenos da levitação, ubiqüidade, vidência e
psicografia de mensagens que os instrutores enviavam para aquele
cenáculo de estudos espirituais. Mas o principal “toque pessoal” que
Ramatís desenvolveu em seus discípulos, em virtude de compromisso que
assumira para com a Fraternidade do Triangulo, foi o pendor
universalista, a vocação fraterna crística, para com todos os esforços
alheios na esfera do espiritualismo. Ele nos adverte sempre de que os
seus íntimos e verdadeiros administradores são também incondicionalmente
simpáticos a todos os trabalhos das diversas correntes religiosas do
mundo. Revelam-se libertos de exclusivismo doutrinário ou de dogmatismo e
devotam-se com entusiasmo a qualquer trabalho de unificação espiritual.
O que menos os preocupa são as questões dou-trinarias dos homens porque
estão imensa-mente interessados nos postulados crísticos.
Ramatís nos diz,
textualmente: - “Servem-lhes o ambiente do templo protestante, a abobada
da igreja católica, a mesa branca dos Tatwas esotéricos,
os salões dos teosofistas, o labor fraternista rosa-cruz, o acampamento
krisnamurtiano, a penumbra da sessão espírita, o canto dos
salvacionistas nas praças públicas, a ruidosidade da umbanda, as
posturas muçulmânicas, os lamentos mosaístas, o fatalismo budista, o
silêncio dos iogues, o sincronismo dos cenáculos ou estrofes mântricas
dos iniciados. Não os preocupam os invólucros dos homens movendo-se para
solucionar o mistério da vida; sentem a realidade contínua do espírito,
que só lhes inspira o amor e a fraternidade, a qualquer momento e em
qualquer local. Respeitam e compreendem a necessidade que os homens
sentem de buscar a verdade, quando se situam em círculos doutrinários
simpáticos a fim de se exercitarem para os vôos crísticos do futuro. Não
se adaptam, porém, a exclusivismo algum, e evitam que os postulados
doutrinários lhes cerceiam a liberdade da razão. Eis em resumo, prezado
leitor, um relato sobre a figura de Ramatís, o espírito que ditou esta
obra e que sempre nos aconselha a que evitemos a ilusão separatista da
forma, pois o sentido real da vida espiritual é o principio coeso e
eterno do amor crístico.
Visão Psíquica de Ramatís
![ramatis](http://www.ramatis.org.br/images/stories/ramatis.jpg)
Ramatís se apresenta
à nossa visão psíquica com um traje um tanto exótico, composto de ampla
capa coberta, descida até os pés, com mangas largas e que lhe cobre a
túnica, ajustada por um largo cinto de um esmeraldino esverdeado. As
calças são apertadas nos tornozelos, como usam os esquiadores. A
tessitura de toda a veste é de seda branca, imaculada e brilhante,
lembrando um maravilhoso lírio translúcido. Os sapatos de cetim
azul-esverdeados são amarrados por cordões dourados que se enlaçam
atrás, acima do calcanhar, a moda dos antigos gre-gos firmarem suas
sandálias. Cobre-lhe a cabeça um singular turbante de muitas pregas e
refegos, encimado por cintilante esmeralda e ornamentados por cordões
finos, de diversas cores, caídos sobre o ombro. Sobre o peito, uma
corrente formada de pequeninos elos, de fina ourivesaria, da qual pende
um triangulo de suave lilás luminoso, que emoldura uma iluminada cruz
alabastrina.
Essa indumentária é um
misto de trajes orientais; tipo de vestuário indo-chinês, raríssimo,
porque de antigo modelo sacerdotal, muito usado nos santuários da
desaparecida Atlântida. Os cordões que lhe pendem do turbante, flutuam
sobre os ombros, são velhas insígnias de atividade iniciática: - a cor
carmim indica a o “Raio do Amor”; o amarelo o “Raio da Vontade”; o verde
o “Raio da Sabedoria” e o azul o “Raio da Religiosidade”. Um último
cordão branco, que pudemos perceber, é o símbolo de liberdade
reencarnatória. - (FIM)
Curitiba, 13/05/56 - Hercílio Maes
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