CHICO XAVIER, CIDADÃO DO MUNDO - por Richard Simonetti
O
título de cidadania no Brasil, como sabe o prezado leitor, é a horaria
concedida por uma Câmara Municipal a alguém cuja ação em determinado
setor de atividade trouxe valiosos benefícios à população da cidade.
Um
campeão desses títulos honoríficos, concedidos por centenas de cidades
brasileiras, foi Francisco Cândido Xavier. Foram tantos, ao longo de seu
luminoso apostolado, que não houve o ensejo de recebê-los pessoalmente.
Tal
aconteceu em Bauru. Por iniciativa do vereador Silvano Navarro, a
outorga aconteceu em 1975. Após sua morte há dez anos, em 30 de junho de
2002, a comenda foi entregue à União das Sociedades Espíritas de Bauru,
na pessoa de seu presidente, Edgar Miguel, para encaminhamento ao
memorial Chico Xavier, que está sendo construído em Pedro Leopoldo, a
cidade natal do médium.
Não
raro, esse título honorífico obedece a injunções políticas e nem sempre
o homenageado contribuiu legitimamente para o progresso e bem estar da
cidade que o concede.
Não
é o caso de Chico Xavier, cuja obra literária e exemplos de
comportamento legitimamente cristão inspiraram muitos espíritas à
realização de abençoado trabalho de atendimento à população carente de
Bauru (SP).
Se
o movimento espírita em nossa cidade tem o respeito e a admiração da
coletividade bauruense, em face do trabalho filantrópico que realiza,
deva-se isso, em grande, parte a Chico Xavier. Bauru é apenas uma das
centenas de cidades que hoje ostentam portentosas organizações espíritas
de assistência e promoção social, sob a inspiração dos livros
psicografados por Chico Xavier.
Em
cada instituição espírita em nossa terra há um pouco dele, de sua
vivência, das orientações que transmitia de grandes mentores espirituais
como Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes…
Chico
enfatizava que o Espírita não pode ignorar a necessidade básica de
participar de obras que visem o bem estar do indivíduo e da sociedade,
lembrando a bandeira da Doutrina Espírita, desfraldada por Allan Kardec:
Fora da caridade não há salvação.
Sempre que alguém lhe falava do início das atividades de um Centro Espírita, longo indagava:
– E o trabalho pelos carentes, já começou?
Reportando-se à responsabilidade do conhecimento doutrinário, alertava os confrades:
–
Jamais vi, em meus contatos com o Mundo Espiritual, um espírita que me
dissesse estar contente com sua situação. Todos lamentam, e muito, não
terem feito o que podiam, enquanto encarnados.
Fico
imaginando se todas as instituições religiosas, igrejas e templos,
tivessem essa mesma bandeira, convocando seus adeptos a saírem á campo, a
buscarem a periferia das cidades, empenhados em ajudar o próximo.
Acabaríamos com a miséria, o infortúnio, a violência, o sofrimento das
famílias carentes…
Muito
mais do que cidadão honorário de centenas de cidades, Chico Xavier foi
um cidadão do Mundo, ombreando com os mais sinceros e devotados
aprendizes do Evangelho, conscientes de que a recomendação maior de
Jesus é que nos amemos uns aos outros, fazendo pelo próximo todo o bem
que desejaríamos nos fosse feito.
Estou certo de que essa comenda lhe foi entregue pessoalmente pelo Cristo.
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