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domingo, 1 de julho de 2012

Chico Xavier, cidadão do mundo

CHICO XAVIER, CIDADÃO DO MUNDO - por Richard Simonetti

                               

        O título de cidadania no Brasil, como sabe o prezado leitor, é a horaria concedida por uma Câmara Municipal a alguém cuja ação em determinado setor de atividade trouxe valiosos benefícios à população da cidade.
        Um campeão desses títulos honoríficos, concedidos por centenas de cidades brasileiras, foi Francisco Cândido Xavier. Foram tantos, ao longo de seu luminoso apostolado, que não houve o ensejo de recebê-los pessoalmente.
        Tal aconteceu em Bauru. Por iniciativa do vereador Silvano Navarro, a outorga aconteceu em 1975. Após sua morte há dez anos, em 30 de junho de 2002, a comenda foi entregue à União das Sociedades Espíritas de Bauru, na pessoa de seu presidente, Edgar Miguel, para encaminhamento ao memorial Chico Xavier, que está sendo construído em Pedro Leopoldo, a cidade natal do médium.
        Não raro, esse título honorífico obedece a injunções políticas e nem sempre o homenageado contribuiu legitimamente para o progresso e bem estar da cidade que o concede.
        Não é o caso de Chico Xavier, cuja obra literária e exemplos de comportamento legitimamente cristão inspiraram muitos espíritas à realização de abençoado trabalho de atendimento à população carente de Bauru (SP).
        Se o movimento espírita em nossa cidade tem o respeito e a admiração da coletividade bauruense, em face do trabalho filantrópico que realiza, deva-se isso, em grande, parte a Chico Xavier. Bauru é apenas uma das centenas de cidades que hoje ostentam portentosas organizações espíritas de assistência e promoção social, sob a inspiração dos livros psicografados por Chico Xavier.
        Em cada instituição espírita em nossa terra há um pouco dele, de sua vivência, das orientações que transmitia de grandes mentores espirituais como Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes…
        Chico enfatizava que o Espírita não pode ignorar a necessidade básica de participar de obras que visem o bem estar do indivíduo e da sociedade, lembrando a bandeira da Doutrina Espírita, desfraldada por Allan Kardec: Fora da caridade não há salvação.
        Sempre que alguém lhe falava do início das atividades de um Centro Espírita, longo indagava:
        – E o trabalho pelos carentes, já começou?
        Reportando-se à responsabilidade do conhecimento doutrinário, alertava os confrades:
        – Jamais vi, em meus contatos com o Mundo Espiritual, um espírita que me dissesse estar contente com sua situação. Todos lamentam, e muito, não terem feito o que podiam, enquanto encarnados.
        Fico imaginando se todas as instituições religiosas, igrejas e templos, tivessem essa mesma bandeira, convocando seus adeptos a saírem á campo, a buscarem a periferia das cidades, empenhados em ajudar o próximo. Acabaríamos com a miséria, o infortúnio, a violência, o sofrimento das famílias carentes…
        Muito mais do que cidadão honorário de centenas de cidades, Chico Xavier foi um cidadão do Mundo, ombreando com os mais sinceros e devotados aprendizes do Evangelho, conscientes de que a recomendação maior de Jesus é que nos amemos uns aos outros, fazendo pelo próximo todo o bem que desejaríamos nos fosse feito.
        Estou certo de que essa comenda lhe foi entregue pessoalmente pelo Cristo.

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