Há muita especulação, no meio espírita, sobre quem é O Espírito de Verdade que assina algumas mensagens contidas nas obras de Allan Kardec. Embora haja outras opiniões sem muita expressão, a
![passos](http://feeakminas.files.wordpress.com/2012/01/passos.jpg?w=138&h=118)
Consultando os arquivos do Centre Spirite Lionnais (http://spirite.free.fr), através da internet, chegamos à terceira edição de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em francês, é obvio, onde se lê L’Esprit de Verite, ou seja, O Espírito de Verdade, e não apenas Espírito de Verdade, como algumas traduções registram.
Na mensagem contida em Os Prolegômenos, de O Livro dos Espíritos, há vários signatários e dentre eles O Espírito de Verdade, o que mostra ser o Espírito de Verdade uma individualidade e não uma equipe de espíritos. Se assim o fosse somente teria a assinatura Espírito de Verdade.
A questão de ser uma individualidade e não uma equipe é solucionada pelo próprio Kardec na Revista Espírita, de julho de 1866, quando ele contesta a proposição de equipe para o caso apresentado por um espírito e ainda acrescenta: “A qualificação de Espírito de Verdade não pertence senão a um só, e pode ser considerada como um nome próprio”. Essa informação é de Allan Kardec. Se quisermos identificar essa individualidade é só consultarmos O Livro dos Médiuns, no item 48, em que Kardec assim se expressa: “Assim, enquanto uns atribuem todas as comunicações ao Diabo, que pode fazer bons ditados para tentá-los, outros pensam que Jesus é o único a se manifestar e que pode fazer maus ditados para experimentá-los”. E ainda acrescenta o codificador: “… com que fim O Espírito de Verdade viria nos enganar sob falsas aparências, abusar de uma pobre mãe ao fingir-se o filho por ela chorado. A razão se recusa a admitir que o Espírito mais santo de todos venha a representar semelhante comédia”.
O texto prescinde de interpretação, de tão claro! Essas são as posições de Kardec sobre O Espírito de Verdade. Além disso, na Revista Espírita, de outubro de 1861, o espírito Erasto, ao se dirigir aos espíritas lioneses, diz: “… o Espírito de Verdade, nosso mestre bem-amado…”. E, ainda, na Revista Espírita, de janeiro de 1864, o Espírito Hahnemann afirma: “… Espírito de Verdade, que dirige este Globo…”. No livro Missionários da Luz (FEB), de autoria do espírito André Luiz e psicografado por Francisco Cândido Xavier, página 99, o instrutor Alexandre pergunta: “Por quê audácia incompreensível imaginais a realização sublime sem vos afeiçoardes ao Espírito de Verdade, que é o próprio Senhor”.
Hermínio Miranda, na obra “As mil faces da Realidade Espiritual” (EDICEL), declara: “Não há, pois como ignorar a óbvia e indiscutível conclusão de que, sob o nome Espírito de Verdade, o Cristo dirigiu pessoalmente os trabalhos de formulação e implementação da Doutrina dos Espíritos, caracterizando-a como o Consolador que prometera há dezoito séculos”. No capítulo XVII, item 40, de “A Gênese”, Kardec assevera: “O Espiritismo realiza, conforme foi demonstrado, todas as condições do Consolador prometido por Jesus”. Não é uma doutrina individual, uma concepção humana; ninguém pode dizer que foi seu criador. É o produto do ensinamento coletivo dos Espíritos, ensino ao qual preside o Espírito de Verdade. Quem, com envergadura moral e conhecimento bastante, para contestar as fontes aqui indicadas, em especial Kardec?
(transcrito do boletim “O Redenção” de abril de 2002, do Grupo Espírita Redenção — www.redencao.org.br ).
Jayme Lobato
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