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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Centro Espírita no combate ao suicídio


O Centro Espírita deve ser um foco de luz na Terra, que clareia caminhos, apazigua corações, cura feridas da alma, instrui, conforta e faz a criatura sentir-se num ambiente familiar, como se estivesse em sua própria casa em conversa com amigos queridos, onde pode falar de seus dramas, medos e angústias, sem qualquer constrangimento.

Pode parecer estranho o início deste artigo, mas irei explicar melhor. É que na Terra deparamo-nos com dores das mais diversas, e muita gente arrefece o ânimo, literalmente cai e se entrega ao desalento. Quando isto ocorre, estão abertas as portas para que a ideia do suicídio comece a perseguir a pessoa.

Trabalhando neste tema com mais dois amigos – o suicídio –, tema, aliás, que foi abordado por Kardec diversas vezes, deparamo-nos com uma infinidade de casos que nos entristecem e mostram a urgência e necessidade que se tem de fazer ecoar a voz dos Espíritos por todos os cantos deste planeta para que livre toda e qualquer criatura da ideia de exterminar a sua existência.

No presente texto não iremos levantar dados, tampouco nos aprofundar nas questões que levam o sujeito a tentar colocar um ponto final em sua aventura na Terra. Nosso intento é o de apenas sugerir para que dirigentes, diretores e coordenadores se reúnam e procurem alguma forma de montar uma central de atendimento direcionada ao público que acalenta a ideia do suicídio.

Muitos dirão que há o atendimento fraterno e que os trabalhadores estão preparados para desenvolver tal atividade. Concordo. Há, sim, o sublime trabalho de atendimento fraterno. A própria USE Intermunicipal Bauru tem um grupo competente que promove cursos para diversas casas espíritas que querem implantar o atendimento fraterno em suas fileiras.

Todavia, refiro-me mais precisamente a oferecer algo que seja específico aos casos de suicídio. Seja atendimento por telefone, carta ou e-mail – muitas vezes a pessoa fica constrangida de comparecer pessoalmente ao local –, mas que os centros espíritas pensem seriamente na proposta de fornecer um atendimento personalizado ao público que intenta exterminar a própria vida, como uma espécie de marketing antissuicídio.

Pesquisas apontam: quem cogita em se matar não está apenas falando da boca para fora. Pode, sim, executar a sua triste pretensão.

E por qual razão abordar o assunto suicídio?

É que há algum tempo, por conta do trabalho na literatura espírita, venho recebendo e-mails de pessoas dispostas a partir desta para uma pior. Uma delas diz que não mais aguenta o peso da existência, ainda não se matou por causa dos pais. Outra diz que não aguenta mais a solidão, enfim, os relatos são os mais diferentes, mas que em seu bojo trazem a tristeza, insatisfação e falta de fé da criatura diante da existência.

Em face da procura, resolvemos pesquisar e trabalhar em uma obra sobre o suicídio. E pasmem: os números são assustadores, mas por algumas razões não os repassaremos aqui. Entretanto, fico a refletir: É preciso que façamos alguma coisa para exterminar ou diminuir o número de pessoas que chegam ao cúmulo do suicídio. O Espiritismo tem as respostas. Sua divulgação ajuda? Sim, e muito. Entretanto, pensemos seriamente em conversar e montar uma central para trabalhar especificamente com esses casos.

Como faremos? Questão de planejar. Dará trabalho? Com certeza. Todos sabemos que precisaremos de voluntários capacitados para identificar e lidar com o suicida em potencial. Teremos, portanto, de buscar conhecimento para qualificar nossos trabalhadores, assim como parcerias, e visitar instituições que já oferecem este tipo de trabalho.

Não resta dúvida de que a Doutrina Espírita tem muito a colaborar para que o ser humano possa ser feliz o tanto quanto é possível neste planeta, deixando de lado a nefasta ideia de atentar contra a própria vida.

Vários livros foram escritos sobre o tema. Destaco, pela linguagem simples e acessível, a obra “Suicídio, tudo o que você precisa saber”, de Richard Simonetti.

Porém, é preciso fazer mais. Pensemos seriamente nestas questões. O desafio está lançado e o Espiritismo é um eficaz antídoto para os males humanos que ameaçam jogar a criatura no fundo do poço.

        Wellington Balbo

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