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sábado, 28 de maio de 2011

Não é mais possível uma visão mitológica de Deus e da Bíblia


Por José Reis Chaves

Na Antiguidade, o conhecimento sobre Deus, a Bíblia e tudo o mais era mitológico. Só depois é que surgiu o saber filosófico e científico.

Algumas doutrinas cristãs e a própria Bíblia, infelizmente, receberam influências da mitologia. Mas nem por isso deixamos de respeitá-las, pois não devemos menosprezar qualquer crença. E algumas dessas doutrinas cristãs não contam com o respaldo da Bíblia e, às vezes, são até contrárias a ela. E são essas doutrinas que constituem a pedra angular da construção das teologias polêmicas, a partir do 4º século, as quais, hoje, mais do que nunca, emperram seriamente o cristianismo.

Quando o Meigo Nazareno disse que o Consolador a ser enviado nos faria lembrar de suas palavras, Ele sabia que o cristianismo se desviaria de seus ensinamentos e que, portanto, ele, o cristianismo, precisaria ser relembrado deles pelo Consolador, que é exatamente a Doutrina Espírita, pois é ela que nos lembra realmente a mensagem evangélica do Nazareno de amor incondicional, e até para com os inimigos. “Conhecereis meus discípulos por se amarem uns aos outros.” Esse amor, de fato, foi colocado em segundo plano pelos teólogos, cujas doutrinas dogmáticas passaram a ser o fundamento do cristianismo. Por exemplo, ninguém morreu nas fogueiras da Inquisição porque deixou de praticar o amor, mas porque rejeitava algum dogma. Algumas verdades são dolorosas para certas pessoas, o que lamento. Mas se ninguém disser nada, a coisa vai ficar pior! Tudo muda no mundo. Não façamos do cristianismo um museu!

Realmente, o cristianismo está numa crise milenar por ter estacionado em doutrinas teológicas, que Jesus não ensinou. No final dos tempos, não do mundo, o Meigo Nazareno não vai dizer tomai posse, benditos de meu Pai, da recompensa por terdes acreditado ou não nisso ou naquilo, mas por terdes dado de comer a quem tem fome, por terdes visitado os doentes etc. E Ele disse mais: que até um copo de água dado a alguém em seu nome teria a recompensa. Graças a Deus, o número de fiéis de mentalidade curta está sendo substituído pelos de mentalidade culta. É a evolução cultural do cristianismo descoroçoando seus erros. A fé é a aceitação de coisas que se desconhecem, mas tem que ser inteligente e raciocinada.

Desde os primórdios do cristianismo, que as autoridades religiosas detestam os médiuns (pneumáticos), pois nem todas elas têm esse dom. E isso as humilha. E a reencarnação as incomoda, pois só com ela pode existir o Deus Verdadeiro, Pai de bondade, misericórdia e amor infinito, que sempre nos dá novas chances de regeneração. Interessam-lhes o Deus do inferno literal e a vida única, para que elas se projetem como tábuas da nossa salvação, aplacando a suposta ira divina.

E, assim, a mediunidade e a reencarnação, apesar de estarem na Bíblia (são Mateus 17, 13; Sabedoria 8,19 e 20; são Mateus 11, 14; Jó 8,9; Eclesiástico 46,20; e 1 Coríntios, nos capítulos 12, 13 e 14), foram banidas do cristianismo, que se deixou também influenciar pelas ideias mitológicas bíblicas e das religiões anteriores a ele. E são esses erros responsáveis por o cristianismo estar capengando!

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