Seja bem-vindo. Hoje é

domingo, 3 de julho de 2011

Egoísmo e Orgulho

Egoísmo e Orgulho

Palestra Virtual
Promovida pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
em conjunto com a Escola Espírita Cristã Maria de Nazaré e
Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas
e-mail: eecmnrio@unisys.com.br

Palestrante: Regina De Agostini
Rio de Janeiro


Palestrante: Regina De Agostini

(trabalhadora do Grupo Rita de Cássia de Estudos Espíritas)

É com alegria que mais uma vez temos a oportunidade de refletirmos sobre um tema tão importante como Orgulho e Egoísmo. Sobre o tema da noite vou transcrever texto de Kardec do Livro "Obras Póstumas" entitulado "O Egoísmo e Orgulho":

"É bem sabido que a maior parte das misérias da vida têm origem no egoísmo dos homens. Desde que cada um pense em si, antes de pensar nos outros e cogita, antes de tudo, de satisfazer seus desejos, cada um naturalmente cuida de proporcionar a si mesmo essa satisfação, a todo custo, e sacrifica sem escrúpulo os interesses alheios, assim nas mais insignificantes coisas, como nas maiores, tanto de ordem moral, quanto de ordem material. Daí todos os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os conflitos e todas as misérias visto que cada um só trata de despojar o seu próximo."

Este texto é bastante significativo para nossa reflexão desta noite. Nos informam os Espíritos que o egoísmo se origina do orgulho que é a exaltação da personalidade levando o homem a considerar-se acima dos outros, que é contrário à Lei de igualdade, à caridade, e todos as recomendações trazidas por Jesus. (t)

Perguntas/Respostas:

Qual a maneira mais eficaz para eliminarmos o egoísmo e o orgulho de nossos sentimentos?

A compreensão de quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Buscando esta compreensão, o sentimento da importância da personalidade tende a desaparecer dando abertura à nossa mente para vermos no mundo aqueles que nos cercam como irmãos e não como antagonistas. O estudo da Doutrina Espírita nos ajuda bastante nesta compreensão.

Após uma vida inteira, sentir que não realizou o que queria é uma forma de orgulho?

A Doutrina nos ensina que o que não conseguimos realizar nesta encarnação sempre teremos novas oportunidades. Sem dúvida é bastante frustrante chegarmos ao final da vida com o sentimento de não ter realizado tudo aquilo que esperávamos. Não sei se é uma forma de orgulho. O importante, me parece, é a reflexão do por quê da não realização do que buscávamos. Foi falta de oportunidade? Ou um certo comodismo? Tantas perguntas podemos nos fazer nesta reflexão...

Quando fazemos algo bom e somos elogiados por isso, nos sentimos orgulhosos por algo bem feito, ou então, às vezes, dizermos ter muito orgulho por sermos brasileiros. Este orgulho também é pernicioso? Existe uma medida para sabermos quando o orgulho é excessivo e, portanto, pernicioso?

Existe, sim, uma medida para sabermos quando o sentimento do orgulho é pernicioso em nossas vidas. Como vimos no princípio, pela dissertação de Kardec, o orgulho se assenta na importância da personalidade. Ele é pernicioso quando esta importância que damos a nós mesmos sobrepõe-se nas relações, não nos permitindo perceber o próximo e fazer as escolhas necessárias sempre priorizando o que é de justiça em detrimento de nosso interesse pessoal. Para o orgulhoso de si mesmo é muito difícil esta escolha.

Quanto à sua pergunta em relação ao ficarmos felizes por sermos elogiados eu diria que todos nós necessitamos de estímulos para continuarmos a fazer o melhor. Depende de como recebemos o elogio.

Quanto ao orgulho de ser brasileiro também depende de como me coloco em relação às outras nacionalidades e como lido com isto.

Temos no Evangelho alguma passagem que nos lembra a necessidade de deixarmos o egoísmo e o orgulho?

Por mais estranho que pareça, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", a dissertação sobre o egoísmo esta no capítulo que se entitula "Amar o próximo como a si mesmo". Penso que todo o Evangelho do Senhor Jesus é uma exaltação da necessidade de nos libertarmos de nossas imperfeições e buscarmos realizar em nós o sentimento de amor que é absolutamente contrário ao egoísmo e ao orgulho. O amor é uma entrega, é uma doação constante da criatura à vida ao próximo, não sendo possível esta realização àqueles que só percebem a si mesmo. (t)

O orgulho e a vaidade são dois sentimentos que me parecem gêmeos. Que tipo de reação sofrerá, em vida futura, ou na erraticidade, um espírito que alimenta esses sentimentos?

Decepção... quando perceber a realidade espiritual, os valores reais do Espírito. Decepção e profunda tristeza que nos levam, muitas vezes, a buscarmos posições difíceis em outras encarnações. (t)

O que poderia dizer sobre o ORGULHO religioso?

Todo e qualquer orgulho, seja de casta, seja raça, seja de religião é prejudicial à criatura. Orgulho religioso seria o sentimento da exclusividade de uma religião? O que realmente você está querendo enfocar? (t)

É prejudicial, segundo a doutrina, o orgulho que pais sentem em relação aos filhos, quando esses se destacam nos esportes, artes, etc.?

Não é o sentimento de felicidade pela atuação de nossos filhos que é prejudicial. Quando aqueles que amamos se destacam nas atividades que empreendem é absolutamente natural o sentimento de felicidade que sentimos. Mas quando passamos a desconsiderar as vitórias dos outros e somente valorizamos a de nossos filhos, ai sim diríamos que existe um problema. Penso que a nossa dificuldade é que usamos sempre a mesma palavra ORGULHO, quando significa, muitas vezes, o sentimento de felicidade, de satisfação pelas realizações daqueles que amamos.

O egoísmo seria uma parcela do orgulho? Ou o orgulho, uma parcela daquele?

Os Espíritos nos esclarecem que o egoísmo se origina do orgulho, da importância da personalidade. No mesmo texto citado no princípio, Kardec nos coloca que o egoísmo e o orgulho nascem de um sentimento natural: O instinto de conservação. E como Deus nada pode ter feito inútil, o instinto de conservação e todos os outros instintos que trazemos têm a sua utilidade.

Desta forma, contidos nos justos limites, estes sentimentos não são maus em si mesmos, "a exaltação é o que o torna mau e pernicioso. O mesmo acontece com todas as paixões que o homem freqüentemente desvia do seu objetivo principal. Ele não foi criado egoísta, nem orgulhoso por Deus, que o criou simples e ignorante; O Homem é que se fez egoísta e orgulhoso, exagerando o instinto que Deus lhe outorgou para sua conservação". (t)

O amor em nossas vidas é ainda, digamos, um tanto possessivo e egoísta. Como podemos distinguir em nós o amor sem egoísmo?

O amor deixa de ser egoísta quando não pede nada em troca. Certamente ainda precisamos trabalhar bastante o nosso sentimento, as nossas percepções, para compreendermos e vivenciarmos o amor em sua plenitude, que é um sentimento que liberta a criatura humana. No livro "Cartas e Crônicas" de Irmão X, existe uma passagem que sempre me chamou a atenção, na página entitulada "Treino para a Morte" que diz o seguinte : Aqui (no plano espiritual) encontramos muita gente boa carregando o inferno rotulado de amor. Certamente que este não é o sentimento de amor em sua plenitude, pois quem ama não se sente no inferno, não cobra. Perdoa, compreende, aceita, pacifica. (t)

Podemos atribuir a origem dos sentimentos de egoísmo e orgulho a uma supervalorização de nossa personalidade?

Sem dúvida nenhuma, é a exaltação da personalidade. E por que exaltamos a personalidade? Não será por não compreendermos a nossa origem e a nossa destinação? Por que exaltar-se se todos nós somos criados simples e ignorantes, e nos instruímos todos nas tribulações da vida?

Muitas vezes, o motivo de nosso orgulho esta calcado nas posições sociais e materiais, assim como as possibilidades intelectuais que trazemos nos esquecendo da limitação da vida material, que podemos a cada vida trocar de posições pois esta é a didática de Deus para nossa educação.

A questão 914 de "O Livro dos Espíritos" nos diz o seguinte: "A medida que os homens se instruem a cerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais". O orgulho e egoísmo se prendem a inferioridade de todos nós.

Quando o espírito, no início de sua jornada evolutiva, é posto em planetas primitivos, onde predomina a barbárie, não é, de certa forma, motivado às tendências do mal e, consequentemente, motivado a alimentar as chagas do orgulho e do egoísmo?

Em outra pergunta respondemos que o egoísmo nasce de um sentimento natural: O instinto de conservação. O homem na luta pela sobrevivência, ainda brutalizado nos seus sentimentos mais calcados no instinto, necessitava ter uma ação que hoje nos parece violenta, mas que cabia admiravelmente para sua sobrevivência. É a forma que ele (o homem) sabia realizar para manter-se vivo. Neste momento não nos parece que suas ações fossem um mal.

No momento atual, se buscamos ou temos uma ação similar, com todo o conhecimento que hoje detemos, com todo o desenvolvimento das nossas percepções, ai sim esta mesma ação seria um mal, pois não mais cabe para nos manter vivos, existem outras formas de luta mais de acordo com a evolução que já alcançamos. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

O que podemos dizer em relação a este tema é da necessidade de buscarmos uma compreensão mais dilatada dos objetivos da vida buscando realizar, em nós, os sentimentos de amor. Buscando dilatar a nossa percepção e trabalhar a nossa alma com as virtudes preconizadas por Jesus. Nos parece que somente quando realmente percebemos o alcance de dor que estes sentimentos têm nos trazidos é que estaremos pronto à trabalhar os nossos sentimentos, e pedimos a Deus, nosso Pai, e Jesus, nosso Mestre, que nos sustentem e amparem para que possamos realizar as transformações necessárias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário