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domingo, 20 de novembro de 2011

A importância da Literatura Espírita em nossas vidas

            A importância da Literatura Espírita em nossas vidas

                                       
Desde muito pequena várias pessoas me contavam histórias fascinantes. E eu as vivia intensamente auxiliada por minha fértil imaginação, mas inúmeras vezes, os chamados “ heróis” das historinhas não se encaixavam nas minhas escolhas próprias de heroísmo.
Devo confessar que todas as historinhas em que os lobos-maus e outros clássicos vilões da literatura infantil não morriam no final, mas sim, apenas tomavam uma boa lição e iam embora deixando os heróis viverem felizes para sempre me empolgavam bem mais. Penso que me sentia mais aliviada e menos aflita. Chegava a bater palmas por me encher de felicidade com esse tipo de desfecho.
Chapeuzinho Vermelho era uma grande heroína porque conseguia salvar sua vovozinha das garras do lobo mau. E eu pensava inconfomada: mas como é que se abre a barriga do lobo, tira a vovó ainda viva... para isso o lobo tem que morrer. Vibrava pela recuperação da vovó mas ficava entristecida pela saúde do lobo que via não iria se recuperar mesmo que se passasse um bom tempo.
Dom Ratinho, único candidato a altura das exigências da Dona Baratinha em todos os seus queisitos para fins de matrimônio, esqueceu-se  das alianças na hora do casório e ao voltar para buscá-las em casa, não resistiu ao cheirinho de feijoada. Se por curiosidade ou gula, não sei bem ao certo, só sei que caiu no caldeirão de feijão e morreu afogado. Mais tragédia para eu ficar sem dormir, lógico. Desde quando esse tipo de literatura faz criança se sentir tranqüila e dormir? A gente faz é morrer de medo. Mexer em panela quente pode dar em morte! E ser esquecido ou curioso, então?
Talvez seja desnecessário tecer comentários sobre os sofrimentos da Cinderela. Criada sem mãe, com uma madrasta malvada (e isso me trouxe algumas idéias preconceituosas com relação a todas as madrastas, devo admitir) e irmãs sem nenhum senso de carinho, foi desprezada toda uma vida por todos. Nem mesmo seu pai a defendia. Aliás, sempre me pergunto onde é que estão os parentes mais próximos que nunca socorrem essas pequenas futuras princesinhas? Futuras sim, porque claro, como recompensa para tantos sofrimentos, todas acabam encontrando seu príncipe encantado. Isso, evidentemente, após encontrarem suas fadas-madrinhas que são quem conseguem fazer a grande reviravolta da vida delas. Poderosas médiuns de efeito-físico, transformam abóboras em carruagens suntuosas e ratos, gatos e cachorros em imponentes lacaios. E isso volta a nos trazer muito consolo. Podemos sofrer muito mas no futuro todas nós nos casaremos com um homem maravilhoso, teremos filhos lindos e saudáveis e tudo o que a vida material poderá nos trazer em termos de luxo e de glamour.
Mais mentirinhas que nós ouvimos centenas de vezes. Centenas mesmo! Será que qualquer um de nós saberia contar com precisão quantas vezes leu, escutou ou assistiu ao filme da Cinderela e de suas várias outras amigas de feliz destino como, por exemplo, a Bela Adormecida, a Rapunzel ou a Branca de Neve? E sempre nos contaram que as bruxas que atormentaram essas queridas meninas desapareceram para sempre das vidas delas.
O que fazer com nossos tormentos íntimos que nos perturbam infinitamente mais que uma maçã envenenada? Nossas bruxas andam soltas e nos rondam o tempo todo. 
E essa tal felicidade infinita tem tempo de validade por mais que queiramos que ela seja imperecível. Isso é normal neste atual estágio evolutivo em que nos encontramos.
Acostumei a ler os clássicos da literatura Infantil, e posteriormente da Infanto-Juvenil e assim, adquiri heróis mais sólidos para o meu acervo individual. Heróis de carne e osso. Mas as dores, mesmo nas aventuras eram uma constante.
O Capitão Nemo, das Mil Léguas Submarinas perdeu toda a família dele numa tragédia, e embora eu tenha curtido muito a sensação de andar submersa, o que quase me tornou uma futura oceanóloga (além de astronauta como todas as crianças) pois esse passeio era absolutamente incrível, sofri ao ver que muito maior foi a luta interna deste sensível Capitão contra seus medos e sua sede de vingança.
Embora uma lula gigante, a maior até então já presenciada por um ser humano houvesse atacado seu submarino logo após o cruzamento dele em um túnel de geleiras onde quase ficou entalado, tudo foi superado. Só não conseguiu superar a dor da perda dos entes queridos. E sua vontade de encontrar seus algozes para revidar era o grande móvel que o fazia cruzar mares bravios em terras ignotas, como diria o saudoso Cabral.
Essa era mais uma obra de ficção, segundo seu autor Júlio Verne.
Tenho muitas dúvidas com relação ao aspecto ficcional desta obra. As Lulas gigantes existem e hoje, em estudos de evidência científica, são consideradas como sendo animais extremamente inteligentes. Conclusão: não eram ficção alguma. As geleiras submersas com fendas que lembram grandes túneis existem. Também não fazem parte de ficção. E a maldade do ser humano gerando sede de vingança em determinados corações existem desde que mundo é mundo, tanto nos contos de fada que conheci na infância como nas obras de aventura que me foram apresentadas na adolescência.
A título de informação, a literatura espírita infantil teve como primeira obra em todo o Mundo, o livro O Lobo Mau Reencarnado, escrito por Roque Jacintho, editado pela FEB. Vejo com agrado que a mim teria feito diferença ter lido a historinha do Lobo Mau Reencarnado logo em seguida à conhecida versão original de Chapeuzinho Vermelho. Não teria sofrido de tão graves preocupações pueris. O lobo mau agora no plano espiritual já conseguiu muitas mudanças íntimas. Já não tem mais essa assinatura preconceituosa, estigmatizante e triste, mas que temporariamente lhe agradou pois que lhe trouxe fama! No mundo espiritual ele é apenas um lobo. Simples assim.
Também conosco será igual quando for o momento de voltar a uma das várias moradas da Casa do Pai. No momento de nos despir dessa veste que tivemos que envergar por alguns anos para sobreviver nesse doce planeta, deixaremos aqui nossas importâncias: nome de família, destaque profissional, posição financeira e até mesmo nossas glórias temporárias tão proclamadas pelos quatro cantos do mundo. Voltaremos quase como em um anonimato. Só nosso nome simples será usado para nossa comunicação. Nossa bagagem espiritual será nossa única designação frente aos olhos de Deus. Essa será nossa verdadeira assinatura. 
Entendemos hoje que tivemos uma formação lúdica que tentava nos ensinar a enfrentar o futuro com mais sabedoria.
Todos os conselhos que já recebemos algum dia foi exatamente com o mesmo objetivo: nos proteger dos perigos. E fomos captando por partes. Ainda muito pequenos apenas entedíamos que caso fôssemos descuidados, esquecidos e curiosos, como foi o caso de Dom Ratinho,  poderia nos acontecer qualquer coisa de negativo já que ele caiu no caldeirão de feijão e morreu afogado no dia do casamento.
Acontece que sem curiosidade o mundo não progride. E aí? Como fazer? Caso não hovessem pesquisas sérias nas diversas áreas do conhecimento, não saberíamos que as lulas gigantes e as geleiras submersas existiriam verdadeiramente. Teríamos caído na tentação comodista de não buscar o conhecimento e apenas acreditar que Júlio Verne era apenas um visionário e não o que ele era realmente: um pesquisador de vanguarda mas sem instrumentos científicos apropriados para confirmar suas hipóteses.
Ao entrar na maturidade me foi apresentado a grande obra O Livro dos Espíritos onde pude sanar minhas dúvidas existenciais. Compreendi tanto a Chapeuzinho Vermelho quanto a vovó dela e o lobo mau. Encontrei as explicações que necessitava.
Estamos evoluindo e cada um se encontra em um determinado estágio deste processo. É tudo uma questão de termos novas chances para mostrar o que aprendemos. E isso é tão simples, tão perfeitamente natural: através da Lei da Reencarnação.
Entendi estudando essa admirável obra, que embora tudo tenha dado errado com a curiosidade excessiva do Dom ratinho, e tenha lhe custado a vida física, essa curiosidade é necessária dentro das medidas certas para que o processo de evolução ocorra.
Alguns de nós vão nascer preparados para ir mais além e saber experimentar. Esses curiosos serão conhecidos como cientistas e farão grandes descobertas para nossa sobrevivência e para a evolução planetária. Alguns irão se arriscar diferentemente de outros. Uns terão mais cautela e apenas por esse diferencial sobreviverão no lugar de perecerem em qualquer empreedimento mais arriscado. Uns irão conquistar o espaço sideral e outros não terão coragem e conhecimento técnicos para tal feito. A isso chamamos Lei do Progresso.
Não tenhamos dúvida alguma que nosso corpo físico, lindo e perfeito, perecerá como perecerá também um dia o ecossistema do Planeta Terra porque somos interdependentes e dependemos essencialmente da fonte de energia vinda do sol que daqui há vários milhões de anos também se findará. Certamente outra energia nos moverá para diferentes planetas com variadas fontes renováveis de energia que ainda desconhecemos. A isso chamamos Lei de Destruição, absolutamente tão necessária e bela quanto todas as demais. Reciclar para evoluir, em todos os sentidos.
Uma exceção mais próxima do real é escondida nas historinhas de Cinderela, Bela Adormecida, Branca de Neve e Rapunzel que representaram em nossas vidas a superação do mal através do sofrimento tendo como recompensa um futuro impressionantemente poderoso em todos os sentidos de felicidade.
É mentira sim que todos nós teremos nesse atual estágio de evolução em que nos encontramos esse tão almejado final feliz que elas tiveram, já que nos encontramos em um mundo de transição. Estamos deixando de ser local de pagamento de dores e expiações atrozes para experimentar os rudimentos de felicidade nos sentido mais amplo que essa palavra encerra.
É bastante provável que ainda tenhamos que passar por sofrimentos sim e teremos muitas vezes que nos resignar a essas duras provas oferecidas pela vida para nossos aprendizados, mas não temos que passar por elas como pessoas que aceitam ser pisadas e maltratadas por outrem sem reclamar. Não, definitivamente os ensinamentos não têm a obrigatoriedade de se revestirem de crueldade de um ser sobre o outro. A isso chamamos classicamente de processo obsessivo em sua várias expressões.
Reclamar nós podemos. É nosso direito. Ato inquestionável. Mas nos exceder em lamúrias e em lamentações não. Aí não podemos. Nossas glórias e nossos inforunios são heranças de os mesmos. Colhemos no hoje o que plantamos no passado.
Sem revolta no coração, temos que aceitar o que não podemos mudar e nos resignar a essas soluções que temporariamente não coincidem com aquelas dos nossos planejamentos.
Essas são orientações de Jesus para cada um de nós. E nunca há de nos faltar nossas fadas-madrinhas porque nossos Espíritos guardiões estão aqui nos oferecendo conselhos e ajudas em todos os sentidos.
Mas, não vamos nos desanimar não! Nunca!
Esse  famoso e tão esperado final feliz está lá na frente! Em um futuro ainda um tanto distante, mas aonde, de acordo com os ensinamentos desse grande tratado de religião, filosofia e ciência ao qual chamamos de O Livro dos Espíritos, um dia chegaremos. E atingiremos a perfeição através de nosso aprimoramento científico, ético e moral pela roda das reencarnações.
Jesus usava as parábolas para contar historinhas para gente adulta. Sem as palavras aparentemente pueris das parábolas os homens grandes em tamanho mas na infância espiritual não entenderiam seus sublimes ensinamentos.
Isso reforça em nós a permanência das histórias infantis e infanto-juvenis na formação do caráter moral e da formação cristã na vida de nossas crianças e jovens. Como sugestão, acho que poderíamos acrescentar em todas elas a continuidade da vida dos heróis e dos vilões. “A cada um segundo suas obras”. Seria muito mais proveitoso e enriquecedor.
Segundo os Espíritos de Escol que escreveram essa admirável obra nos informou, só existem tribulações em nossas vidas devido à dureza de nossos espíritos. Mas eles também nos garantiram que finalmente, após tantos revezes, ainda seremos Espíritos Puros e felizes. Muito felizes. E agora sim, será para sempre...
Tudo é explicado nesta grande obra. É o benefício da Literatura Espírita em nossas vidas.
Vamos estudar e divulgar Kardec!
                                                                      
Wilza de Castro Rabelo Suanno

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