"Em seguida surgiu o último trabalhador, nimbado de belo esplendor. Raios de safira claridade envolviam-no todo, parecendo emitir felicidade e luz em todas as direções. Então o juiz inclinou-se diante dele e informou..."
JUSTIÇA DE
CIMA
Irmão
X
(Francisco
Cândido Xavier)
Quatro operários solteiros
quase todos da mesma idade compareceram ao tribunal de Justiça de Cima, depois
de haverem perdido o corpo físico, num acidente espetacular.
Na Terra, foram analisados por
idêntico padrão.
Excelentes rapazes, aniquilados
pela morte, com as mesmas homenagens sociais e domésticas.
Na vida espiritual, contudo,
mostravam-se diferentes entre si, reclamando variados estudos e diversa
apreciação.
Ostentando, cada qual, um halo
de irradiações específicas, foi conduzido ao juiz que lhes examinara o processo,
durante alguns dias, atenciosamente.
O magistrado convidou um a um a
lhe escutarem as determinações, em nome do Direito Universal, perante numerosa
assembléia de interessados nas sentenças.
Ao primeiro deles, cercados de
pontos escuros, como se estivesse envolvido numa atmosfera pardacenta, o
compassivo julgador disse, bondoso:
- De tuas notas,
transparecem os pesados compromissos que assumiste, utilizando os teus recursos
de trabalho para fins inconfessáveis. Há viúvas e órfãos, chorando no mundo,
guardando amargas recordações de tua influência.
E porque o interpelado
inquirisse quanto ao futuro que o aguardava, o árbitro amigo observou, sem
afetação:
- Volta à paisagem onde viveste
e recomeça a luta de redenção, reajustando o equilíbrio daqueles que
prejudicaste. És naturalmente obrigado a restituir-lhes a paz e a
segurança.
Aproximou-se o segundo, que se
movimentava sob irradiações cinzentas, e ouviu as seguintes
considerações:
- Revelam os
apontamentos a teu respeito que lesaste a fábrica em que trabalhavas. Detiveste
vencimento e vantagens que não correspondem ao esforço que
despendeste.
E, percebendo-lhe as
interrogações mentais, acrescentou:
- Torna ao teu antigo núcleo de
serviço e auxilia os teus companheiros e as máquinas que exploraste em mau
sentido. É indispensável resgates os débitos de alguns milhares de horas, junto
deles, em atividade assistencial.
Ao terceiro que se aproximou, a
destoar dos precedentes pelo aspecto em que se apresentava, disse o juiz,
generoso:
- As informações de tua
romagem no Planeta Terrestre explicam que demonstraste louvável correção no
proceder. Não te valeste das tuas possibilidades de serviço para prejudicar os
semelhantes, não traíste as próprias obrigações e somente recebeu do mundo
aquilo que te era realmente devido. A tua consciência está quite com a Lei.
Podes escolher o teu novo tipo de experiência, mas ainda na Terra, onde precisas
continuar no curso da própria sublimação.
Em seguida, surgiu o último.
Vinha nimbado de belo esplendor. Raios de safira claridade envolviam-no todo,
parecendo emitir felicidade e luz em todas as direções.
O juiz inclinou-se, diante
dele, e informou:
- Meu amigo, a colheita
de tua sementeira confere-te a elevação. Serviços mais nobres esperam-te mais
alto.
O trabalhador humilde, como que
desejoso de ocultar a luz que o coroava, afastou-se em lágrimas de júbilo e
gratidão, nos braços de velhos amigos que o cercavam, contentes, e, em razão das
perguntas a explodirem nos colegas despeitados, que asseveravam nele conhecer um
simples homem de trabalho, o julgador esclareceu persuasivo e
bondoso:
- O irmão promovido é
um herói anônimo da renúncia. Nunca impôs qualquer prejuízo a alguém, sempre
respeitou a oficina em que se honrava com a sua colaboração e não se limitou a
ser correto para com os deveres, através dos quais conquistava o que lhe era
necessário à vida. Sacrificava-se pelo bem de todos. Soube ser delicado nas
situações mais difíceis. Suportava o fígado enfermo dos colegas, com bondade e
entendimento. Inspirava confiança. Distribuía estímulo e entusiasmo. Sorria e
auxiliava sempre. Centenas de corações seguiram-no, além da morte,
oferecendo-lhe preces, alegrias e bênçãos.
A Lei Divina jamais se
equivoca.
E porque o julgamento fora
satisfatoriamente liquidado, o tribunal da Justiça de Cima, encerrou a
sessão...
Do livro "Contos e
Apólogos", Imão X (Espírito), Francisco C.
Xavier (psicografia)
NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:http://www.institutoandreluiz. org/chicoxavier_rel_livros. html
NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:http://www.institutoandreluiz.
JUSTIÇA NA ESPIRITUALIDADE
André Luiz
PER: Como atua o mecanismo da Justiça no Plano Espiritual?
ANDRÉ LUIZ: No mundo espiritual, decerto, a
autoridade da justiça funciona com maior segurança, embora saibamos que o
mecanismo da regeneração vige, antes de tudo, na consciência do próprio
indivíduo.
Ainda assim, existem aqui, como é natural, santuários e
tribunais, em que magistrados dignos e imparciais examinam as responsabilidades
humanas, sopesando-lhes os méritos e deméritos.
A organização do júri, em numerosos casos, é aqui
observada, necessariamente, porém, constituída de Espíritos integrados no
conhecimentos do Direito, com dilatadas noções de culpa e resgate, erro e
corrigenda, psicologia humana e ciências sociais, a fim de que as sentenças ou
as informações proferidas se atenham à precisa harmonia, perante a Divina
Providência, consubstanciada no amor que ilumina e na sabedoria que
sustenta.
Há delinquentes tanto no plano terrestre quanto no plano
espiritual, e, em razão disso, não apenas os homens recentemente desencarnados
são entregues a julgamento específico, sempre que necessário, mas também as
entidades desencarnadas que, no cumprimento de determinadas tarefas, se deixam,
muitas vezes, arrastar a paixões e caprichos inconfessáveis.
É importante anotar, contudo, que quanto mais baixo é o
grau evolutivo dos culpados, mais sumário é o julgamento pelas autoridades
cabíveis e, quanto mais avançados os valores culturais e morais do indivíduo,
mais complexo é o exame dos processos de criminalidade em que se emaranham, não
só pela influência com que atuam nos destinos alheios, como também porque o
Espírito, quando ajustado à consciência dos próprios erros, ansioso de
reabilitar-se perante a vida e diante daqueles que mais ama, suplica por si
mesmo a sentença punitiva que reconhece indispensável à própria restauração.
(Evolução em Dois Mundos, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira,
FEB)
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